A Noruega é a única seleção que jamais foi derrotada pelo Brasil. Em quatro jogos, foram duas vitórias dos escandinavos e dois empates. Parece pouco? Então se eu disser que as duas vezes que a Noruega venceu o Brasil foram inesquecíveis? Em 1997, em um amistoso, a Noruega ganhou da seleção brasileira, tetra campeã do mundo em 94, pelo placar de 4 a 2. Em 1998, uma virada histórica, em um jogo de vida ou morte para os noruegueses na Copa do Mundo da França. Placar: Noruega 2x1 Brasil! Este resultado classificou, pela primeira e única vez, a seleção da Noruega para as oitavas de final de uma Copa. Uma partida que entrou para a história! A seleção que se tornou a pedra no caminho dos brasileiros, enfim, era respeitada e temida no mundo da bola.
Jogadores comemoram após a vitória contra o Brasil, pela Copa do Mundo de 1998! Uma virada histórica da Noruega que, pela primeira vez, conseguiu passar de fase em uma Copa.
Tudo começou no dia 12.07.1908, um clássico da Escandinávia, quando, pela primeira vez, Noruega e Suécia entraram em campo para disputar uma partida de futebol. O jogo foi realizado em Gutemburgo, na Suécia, e terminou com o placar de 11x3 para os suecos. Demorou muito para os noruegueses conseguirem sua primeira vitória. Na verdade, isso só aconteceu em 1918, quando venceram a Dinamarca por 3x1, em Oslo. Em 1920, o primeiro grande feito da Noruega: uma surpreendente vitória por 3x1 contra a seleção do Reino Unido, resultado que desclassificou os britânicos dos Jogos Olímpicos de Antuérpia. Na fase seguinte, porém, os escandinavos foram eliminados pela Tchecoslováquia. Daquele time, o capitão Andersen e o artilheiro Gundersen merecem destaque especial.
Jorgen Juve é o maior artilheiro da Noruega de todos os tempos. Marcou 33 gols em 45 jogos. Curioso que é o craque começou a carreira na seleção como atacante, mas depois passou a jogar no meio de campo e na lateral-direita. Em 1936, foi o capitão e o grande nome da Noruega nos Jogos Olímpicos de Berlim. Por sinal, este foi o melhor desempenho da Noruega na competição, ficando com o bronze. Johanssen era o goleiro, responsável por salvar a Noruega em várias oportunidades. Isaksen e Brustad faziam uma temida dupla de ataque. Kvammen era o maestro. Não por acaso, a Noruega foi considerada uma das seleções mais fortes da década de 30. A Itália, no entanto, começou cedo a atrapalhar a vida dos noruegueses. Durante a história, a Noruega esteve por quatro vezes com reais chances de conseguir destaque em uma grande competição, mas sempre foi freada pela Itália. A primeira foi em 1936, nas Olimpíadas de Berlim.
Em sua estreia nos Jogos Olímpicos de Berlim, a Noruega atropelou a Turquia, com uma goleada por 4 a 0. Nas quartas de final, um encontro memorável com a Alemanha do ditador Adolf Hitler, anfitriã dos Jogos. Mesmo com o estádio completamente lotado pela torcida alemã, a Noruega não se intimidou e conseguiu uma bela vitória por 2x0, com dois gols de Isaksen. Sensacional! A partir dali, a Noruega se tornou uma forte candidata ao ouro olímpico, mas para isso precisaria superar a campeã do mundo de 1934: a Itália. Noruegueses e italianos fizeram uma partida muito equilibrada, com o placar de 1x1 no tempo normal, gols de Negro para a Itália e Brustad para a Noruega. Na prorrogação, Frossi marcou para a Squadra Azurra, finalizando assim a vitória da Itália por 2 a 1. Para a Noruega, restou a disputa do bronze, contra a boa seleção da Polônia. Em grande partida, a Noruega venceu por 3 a 2, um “hat-trick” de Brustad. A Polônia marcou com Wodarz e Peterek. A terceira colocação deu muita moral ao país nórdico, que conseguiu a classificação para disputar sua primeira Copa do Mundo em 1938.
Após passar pela Irlanda nas eliminatórias, a Noruega chegou a Copa de 1938, na França, com expectativa de fazer uma boa campanha. O primeiro e decisivo jogo era contra a Itália, a grande seleção da década de 30. Era a chance da Noruega se vingar da eliminação nas semifinais dos Jogos Olímpicos de 1936. Mas isso não aconteceu! Pela segunda vez, a Itália frustraria o sonho dos escandinavos. Um jogo nervoso e bastante disputado, novamente. A partida aconteceu na cidade de Marselha, no dia 05.06. Logo aos dois minutos, Ferrari colocou a Itália em vantagem. Após muita pressão, Brustad driblou toda a defesa italiana e fez um golaço aos 37 minutos do segundo tempo. Com o jogo empatado por 1x1, Brustad marcou novamente. Mas o árbitro austríaco Alois Beranek enxergou impedimento e anulou o gol que daria a vitória aos escandinavos. Esse gol poderia ter mudado a história da Copa de 1938! A partida foi para a prorrogação e da mesma forma que em 1936, a Itália conseguiu marcar seu gol e encerrar a partida com vitória por 2 a 1. Piola foi quem fez o gol italiano. Aos noruegueses o consolo de ter dado muito trabalho para a Squadra Azurra, ouro nos Jogos Olímpicos de 1936 e campeã do mundo em 1934 e 1938.
Pode parecer repetitivo, mas toda vez que falo de uma seleção que fez história na década de 30, não posso deixar de citar a paralisação do futebol devido a Segunda Guerra. A Noruega foi invadida pela Alemanha em 1940 e alguns esportistas do país acabaram mandados para campos de concentração. Foram seis anos sem poder se praticar o futebol legalmente e isso gerou grande prejuízo para a seleção nacional. A sua rival Suécia, por exemplo, não estava envolvida na Guerra e pôde montar uma grande equipe, que conquistaria o ouro na primeira Olimpíada pós-guerra, em 1948. Essa é a melhor explicação para a primeira exibição da Noruega, após a Segunda Guerra. Foi um jogo justamente contra os suecos, no dia 21.10.1945, com uma goleada impiedosa de 10x0 para a Suécia. Durante o final da década de 40, e por toda a década de 50, a seleção da Noruega não conseguiu nenhum resultado expressivo. Foi apenas figurante, pra não dizer um saco de pancadas. O zagueiro Svenssen é um nome lembrado desse período, já que jogou pela seleção nacional por 104 vezes, entre 1947 e 1961. Os atacantes Harald Hennum e Gunnar Thoressen também não podem ser esquecidos, já que conquistaram grande prestígio ao marcar vários gols com a camisa da seleção nacional.
A verdade é que a Noruega só voltaria a disputar uma Copa em 1994. Nesse grande intervalo de tempo, poucas vezes os europeus conseguiram algum êxito. Em 1965, por exemplo, uma vitória por 3 a 0 sobre a Iugoslávia, foi um dos poucos momentos de felicidade da seleção escandinava. Durante essa fase negra do futebol norueguês, destaque para um meia que iniciou sua carreira na seleção em 1971: Tom Lund, conhecido por “Tommy”. Para alguns, “Tommy” foi o melhor jogador norueguês de todos os tempos. Em 1981, ele era o grande nome do time que, pela primeira vez, conseguiria vencer a Inglaterra em um jogo oficial. Apesar de Bryan Robson colocar o English Team em vantagem, a Noruega conseguiu a virada, com gols de Albertsen e Hallvar Thoresen. A televisão, depois, provou que Albertsen não desviou o cruzamento de Tom Lund, o verdadeiro autor do gol de empate norueguês. Em 1982, “Tommy” se aposentou sem disputar nenhuma grande competição com a seleção da Noruega.
Vitória histórica da Noruega por 2 a 1 contra a Inglaterra, dia 09/09/1981 em Oslo.
Após não conseguir se classificar para a Copa de 1990, além de um péssimo começo nas eliminatórias para a Euro de 1992, o técnico Inghvar Stadheim renunciou ao cargo e abriu espaço para Egil Roger Olsen assumir a seleção. Era o início de uma nova era para o futebol norueguês. Foram oito anos de grande sucesso para Olsen! Em seu primo jogo no comando da Noruega, uma goleada por 6x1 sobre Camarões, em amistoso. A Noruega, é verdade, não conseguiu vaga para a Eurocopa seguinte, ficando atrás de URSS e Itália. Mas em 1994, após 56 anos, os noruegueses voltaram a uma Copa. Quando começaram as eliminatórias, poucos acreditavam que os escandinavos chegariam ao Mundial dos EUA, afinal enfrentavam em seu grupo adversários como Polônia, Holanda e Inglaterra. Mas os noruegueses surpreenderam o mundo com uma campanha impecável! Na abertura, uma goleada por 10 a 0 sobre San Marino. Em seguida, vitória sensacional por 2 a 1 contra a Holanda, gols de Rekdal e Sarloth para os noruegueses e de Bergkamp para a Laranja. Após mais uma vitória contra San Marino, a Noruega provou que estava mesmo na briga por uma vaga na Copa de 1994, ao conseguir um excelente resultado de 1 a 1 contra a Inglaterra, no estádio de Wembley. Após Platt marcar para os ingleses aos 11 minutos da segunda etapa, Rekdal conseguiu o gol de empate aos 32 minutos. No jogo seguinte, vitória por 3 a 1 sobre a Turquia, em Oslo.
O auge da campanha nas eliminatórias aconteceu em Junho de 1993, quando a Noruega enfrentou Holanda e Inglaterra, pelos jogos de volta. No dia 02.06, em Oslo, grande vitória contra o English Team, por 2x0, gols de Leonhardsen e Bohinen. Uma semana depois, um heróico empate por 0x0 com a Laranja Mecânica, fora de casa. A Noruega dava assim um passo importante para voltar a disputar uma Copa do Mundo. A classificação ocorreu com duas vitórias contra a Polônia, que valeram a primeira colocação da chave. Após vitória magra por 1 a 0 em Oslo, a Noruega conseguiu uma grande vitória por 3 a 0 jogando em Poznan, na Polônia. O jogo de volta aconteceu no dia 13.10.1993 e os gols foram marcados por Jostein Flo, Fjortoft e Ronny Johnsen. Com essa façanha, a Noruega foi responsável pela eliminação da Inglaterra, que perdeu para a Holanda o confronto direto pela segunda vaga do grupo. Exatamente isso! Os palpiteiros de plantão apostaram em Holanda, Inglaterra ou Polônia, mas a potência do momento era a Noruega que, com este feito, atingiu o posto de segundo lugar no ranking da FIFA.
O goleiro Erik Thorstvedt ganhou projeção ao participar com a seleção da Noruega dos Jogos Olímpicos de 1984, quando os europeus foram eliminados ainda na primeira fase, em um grupo com França, Chile e Catar. Após isso, o goleiro se tornou titular absoluto do gol norueguês e foi um dos grandes nomes do time na Copa de 1994. Apesar da eliminação precoce, em um grupo equilibradíssimo, Thorstvedt conseguiu a façanha de sofrer apenas 1 gol em 3 jogos, na época o goleiro menos vazado da história das Copas. Em 2006, o suíço Zuberbühler conseguiria sair do Mundial sem levar nenhum gol em quatro partidas, com sua seleção sendo eliminada apenas na disputa de pênaltis. De qualquer forma, o arqueiro da Noruega se tornou um dos maiores nomes da seleção em todos os tempos. O zagueiro Rune Bratseth também era um dos grandes destaques da geração que derrubou Inglaterra e Holanda nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994. Já com seus 33 anos, Bratseth formava uma sólida defesa ao lado de outro bom nome daquele time: Henning Berg. Além deles, Haland e Bjornebye completavam o sistema defensivo. No meio de campo, Rekdal já se tornava dono absoluto da camisa 10. Além dele, Mykland, Leonhardsen e Gunnar Hale eram nomes familiares por todo o mundo. No ataque, boas opções como Jakobsen, Fjortoft, Bohinen e Jostein Flo. Foi com essa seleção que a Noruega desembarcou nos EUA, para encarar um grupo com Itália, Irlanda e México. Ninguém poderia prever, até então, que este seria o grupo mais equilibrado da história das Copas.
Jogadores comemoram com Bohinen, após o atacante marcar o segundo gol na vitória por 2x0 contra a Inglaterra, pelas eliminatórias para a Copa de 1994. A Noruega ficou em primeiro lugar, deixando os ingleses de fora do Mundial dos Eua.
Dia 19.06.1994, a Noruega entrou em campo para a disputa de sua primeira partida na Copa do Mundo. O jogo era contra o México, na cidade de Washington. Um dia antes, a Irlanda havia vencido a Itália por 1 a 0, um resultado surpreendente e que aumentava ainda mais a responsabilidade dos noruegueses. A Noruega não decepcionou e venceu com gol de Rekdal, aos 39 minutos do segundo tempo. No fim da primeira rodada, Noruega líder do grupo ao lado da Irlanda. O segundo confronto era com Squadra Azurra. O amigo se lembra quando eu disse que a Itália sempre freou o sucesso dos noruegueses? Pois é! Pela terceira vez, os italianos apareceram para estragar a festa da Noruega. Era um jogo de vida ou morte para a Squadra Azurra! Se os escandinavos vencessem a partida, garantiriam a classificação por antecipação e praticamente eliminariam a Itália da Copa. Mas aconteceu o contrário! A Itália ressurgiu e venceu com gol de Dino Baggio, aos 24 minutos da segunda etapa. No dia seguinte, o México venceu a Irlanda por 2x1, embolando a classificação do grupo. Na terceira e última rodada, a Noruega precisava vencer a Irlanda para conquistar a classificação, sem ter que depender do resultado do confronto entre México e Itália. Mas no dia 28.06.1994, após um empate por 0x0 com a Irlanda e um empate por 1x1 entre México e Itália, os noruegueses viram seus três adversários de grupo se classificarem para a fase seguinte da Copa. Naquela época, classificavam-se os dois melhores, no caso México e Irlanda, além dos quatro melhores terceiros colocados dos seis grupos que formavam a Copa do Mundo. A Itália conseguiu a vaga, na bacia das almas, e partiu para o vice-campeonato mundial. O grupo terminou embolado, com todas as seleções somando 3 pontos (na época, a vitória valia 2 pontos). Todas as equipes tiveram o mesmo saldo de gols, e o que determinou o posicionamento final foi o número de gols marcados por cada seleção. Por isso, a Noruega, com apenas 1 gol marcado, ficou de fora das oitavas de final.
Jogo duro entre Noruega e México, na Copa do Mundo de 1994. No final, vitória da Noruega por 1x0, a primeira dos escandinavos na história das Copas!
Dino Baggio marca para a Itália, pela segunda rodada da Copa de 1994. O placar de 1 a 0 para a Azurra complicou a vida da Noruega, que acabou sendo eliminada na primeira fase.
A Noruega chegou a fazer uma boa campanha durante as eliminatórias para a Euro 1996, mas foi eliminada na reta final, por República Tcheca (futura vice campeã da Euro) e Holanda. Depois, porém, os noruegueses conseguiram classificação tranqüila para a Copa do Mundo de 1998, na França. Se, por um lado o goleiro Thorstvedt e o zagueiro Bratseth não jogavam mais pela seleção, por outro dois atacantes surgiram como grandes protagonistas do time: Solskjaer e Tore Andre Flo. Em 1997, T. A. Flo foi o grande nome ao marcar dois gols na vitória contra o Brasil, em amistoso. Em 1998, voltaria a ser destaque contra o Brasil, dessa vez pela Copa do Mundo, se tornando assim um dos maiores jogadores noruegueses de todos os tempos. Além deles, Mykland (o mosquito) também era muito popular em seu país. Mas a falta de profissionalismo manchou sua carreira! Em 1998, durante a Copa, Mykland foi encontrado bêbado em um bar, ao lado do zagueiro Henning Berg. O próprio Berg falaria sobre o episódio, mais tarde, em sua autobiografia. Outro fato curioso da seleção norueguesa de 1998 é o número de membros da família Flo que disputaram o Mundial. Além da estrela em ascensão T. A. Flo, também participaram daquele time o seu irmão Jostein Flo, o mesmo de 1994, e o primo de ambos: Havard Flo, titular absoluto da seleção na Copa da França. Além deles, Jarle Flo também se tornou jogador profissional, mas nunca vestiu a camisa da seleção.
O grupo da Noruega na Copa de 1998 era formado por Brasil, Escócia e Marrocos. Teoricamente, a Noruega era a segunda força do grupo, atrás apenas do Brasil. Seria, então, uma classificação tranqüila? Pelo contrário! A Noruega se complicou contra os dois adversários mais fáceis do grupo: Marrocos e Escócia. No primeiro jogo, empate por 2x2 contra os africanos, em Montpellier. Chippo (contra) e Eggen fizeram os gols da Noruega, enquanto que Hadji e Hadda marcaram para a seleção marroquina. A segunda partida foi contra a Escócia, em Bordeaux. Havard Flo abriu o placar para a Noruega, mas Burley empatou para os escoceses. Com o placar final de 1x1, restava a Noruega vencer o Brasil na última rodada para conseguir a inédita classificação para as oitavas de final da Copa. É verdade que a seleção brasileira não tinha muito interesse no jogo, afinal já estava garantida matematicamente como a primeira colocada do grupo. Mas absolutamente nada é capaz de ofuscar o brilho de uma virada espetacular da Noruega, no dia 23.06.1998, em Marselha. O jogo entrou para a história, como a vitória mais comemorada pela seleção européia. Em partida muito tensa, um empate por 0x0 até os 33 minutos do segundo tempo, quando Bebeto fez 1x0 para a seleção brasileira. Ao mesmo tempo, Marrocos vencia a Escócia, resultado que obrigava a Noruega a virar a partida contra o Brasil, caso quisesse seguir na Copa. Então surgiu T. A. Flo, o mesmo que destroçou o Brasil um ano antes, em amistoso. O atacante norueguês empatou o jogo aos 37 minutos do segundo tempo e aos 43 minutos sofreu pênalti de Júnior Baiano. Rekdal converteu a cobrança e definiu o jogo, com um placar final de Noruega 2x1 Brasil. O resultado classificou os europeus, ao lado do Brasil, para as oitavas de final. Mas, pela quarta vez, a Itália entrou no caminho da Noruega.
Havard Flo e Strand comemoram o gol contra a Escócia, pela Copa de 1998!
Tore Andre Flo, terror da defesa brasileira, sofre pênalti de Júnior Baiano aos 43 minutos do segundo tempo. a Noruega, com a ajuda de T. A. Flo, venceu o Brasil, por 2x1, em jogo histórico para os noruegueses.
60 anos depois de ser eliminada da Copa de 38, na França, a Noruega voltou ao estádio Velódromo, em Marselha, para um confronto decisivo contra a Itália. Uma coincidência emblemática da história dessas grandes seleções! Anteriormente, como já disse, a Noruega foi eliminada de forma direta pela Itália nos Jogos Olímpicos de 36 e na Copa de 38, e de forma indireta na Copa de 94. Pela quarta vez, ficaram frente a frente em um jogo decisivo. Em 1938, no mesmo estádio Velódromo, a Itália venceu por 2 a 1. Dessa vez, exatamente no dia 27.06.1998, a Itália venceu por 1 a 0, gol de Vieri, aos 18 minutos do primeiro tempo.Surpreendentemente, a Noruega fez uma partida muito ruim, praticamente não ameaçando a Itália. Novamente, a "maldição da Azurra!" Olsen foi considerado pela imprensa norueguesa como o grande culpado. Exatamente ele, que levou a desacreditada Noruega a disputar as Copas de 1994 e 1998. Justamente Olsen, que fez com que a seleção norueguesa voltasse a ser respeitada, coisa que não acontecia desde a década de 30. O treinador começou sua carreira na seleção em 1990 e encerrou em 1998, após a eliminação diante da Itália. A Noruega não apresentou, nesse período, um grande futebol. Mas adianta apresentar um futebol brilhante e não conseguir resultados expressivos? No caso da Noruega, ser responsável por eliminar a Inglaterra da Copa de 94, além de uma emocionante classificação ao vencer o Brasil em 98, pode e deve ser considerado como um grande resultado. Parabéns Olsen!
Itália e Noruega fizeram um jogo truncado pela Copa de 1998. No final, 1 a 0 para a Azurra. Mais uma vez, a seleção italiana eliminou a Noruega de uma Copa do Mundo.
Noruega, Copa de 1998! Rekdal, Eggen, Johnsen, Berg, Bjornebye e T. A. Flo. Havard Flo, Leonhardsen, Grodas, Riseth e Mykland. Além deles, Solskjaer também fazia parte do time.
Após a Copa de 1998, Semb assumiu a Noruega. Durante as eliminatórias para a Eurocopa 2000, os escandinavos não vacilaram e sobraram em um grupo com Grécia, Eslovênia, Letônia, Albânia e Geórgia. Detalhe: a Noruega se classificou, pela primeira vez, para disputar a fase final de uma UEFA EURO, que seria disputada na Holanda e na Bélgica. O grupo da Noruega na Eurocopa contava com Espanha, Iugoslávia e Eslovênia. No dia 13.06, estreia contra a Espanha. Steffen Iversen marcou aos 20 minutos do segundo tempo, o único gol da vitória por 1 a 0 da Noruega contra os espanhóis. Na segunda rodada, os escandinavos enfrentaram a Iugoslávia e, dessa vez, foram derrotados por 1 a 0, gol de Milosevic. Assim como em 1994, chegaram à última rodada precisando vencer o seu jogo para se classificar. Em caso de empate, dependeriam de uma combinação de resultados para conseguir vaga na fase seguinte. A partida contra a Eslovênia, no dia 21.06, terminou 0x0. Esse resultado classificaria a Noruega, caso a Espanha não conseguisse uma virada extraordinária contra a Iugoslávia. Isso mesmo! Se a partida entre os eslavos e a fúria terminasse com vitória da Iugoslávia ou empate, a seleção da Noruega se classificaria, mesmo empatando seu jogo com a Eslovênia. O jogo estava 3x2 para a Iugoslávia até os 45 minutos do segundo tempo, mas Alfonso Pérez e Mendieta marcaram nos acréscimos e conseguiram virar para a Espanha, em um dos jogos mais emocionantes dos últimos tempos. O placar de 4 a 3 para a Espanha classificou a fúria em primeiro lugar, deixando os iugoslavos em segundo. Como em 1994, a Noruega somou o mesmo número de pontos e tinha o mesmo saldo de gols de seu concorrente pela vaga ao fim da primeira fase, mas o número de gols marcados, mais uma vez, eliminou os escandinavos. A base da Eurocopa 2000 era muito parecida com a de 1998. As boas novidades eram John Carrew, John Arne Riise e Steffen Iversen.
Iversen salta para comemorar o gol na vitória contra a Espanha por 1x0, na Eurocopa 2000. Como em 1994, a Noruega começou vencendo, mas acabou caindo na primeira fase.
Após 2000, a Noruega ainda não voltou a disputar uma grande competição. Semb, apesar de muito criticado pelo seu estilo defensivo, permaneceu como técnico até as eliminatórias para a Eurocopa 2004. Na oportunidade, a Noruega ficou atrás da Dinamarca e foi disputar a repescagem contra a Espanha, quando foi derrotada nas duas partidas. Nas eliminatórias para a Copa de 2006, novamente a Noruega disputou a repescagem, após ficar atrás da Itália em seu grupo. Dessa vez, o confronto foi com a República Tcheca, que assim como a Espanha em 2004, venceu as duas partidas e deixou os noruegueses de fora da Copa. Nas eliminatórias para a Copa de 2010, a Noruega começou muito mal, mas cresceu na reta final, terminando em segundo lugar no grupo da Holanda. No entanto, os noruegueses não conseguiram fazer uma pontuação que pudesse classificá-los para a disputa da repescagem. Com Olsen de volta, a Noruega ressurgiu e tem tudo para encaminhar uma boa campanha nas eliminatórias para a Euro 2012. Até o momento, a equipe tem 100% de aproveitamento em um grupo com concorrentes do peso de Portugal e Dinamarca, inclusive com uma boa vitória contra os lusos em Outubro. Essa é a chance de Riise e Carew levarem a Noruega, novamente, a uma grande competição. Da geração de 1998, ficam as lembranças. A partir de agora, a Noruega precisa de renovação, para voltar a figurar entre as grandes seleções do futebol mundial.
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