A febre das figurinhas!
domingo, 16 de maio de 2010
Na manhã de sábado (15.05), cerca de 100 pessoas estiveram no clubinho da troca, localizado na Barragem Santa Lúcia, em Belo Horizonte. Os "sócios" podem comprar figurinhas avulsas ou trocar duas por uma no acervo da banca.
Sucesso indiscutível, o álbum da Copa do Mundo atrai milhões de pessoas no Brasil inteiro. Pela internet, os colecionadores combinam locais estratégicos para realizar as trocas dos cromos repetidos. Nas principais cidades do país, esse fenômeno chama a atenção dos curiosos. Em Belo Horizonte, a banca República do Líbano (que fica na barragem Santa Lúcia) é o “point” tradicional de encontro dos colecionadores. Aos sábados e domingos, centenas de pessoas se encontram no local, conhecido como “clubinho da troca”. João Batista Pereira, dono da banca e organizador dos encontros, conta que começou com o clubinho (que soma mais de 1.300 sócios) há 15 anos, como forma de facilitar a vida dos apaixonados pelos álbuns de figurinhas.
Comprar os envelopinhos não é exclusividade de crianças ou adolescentes. É comum ver aposentados no local com um “bolo” de repetidas na mão. Esse é o caso de João Márcio de Oliveira, 71 anos, que admitiu colecionar tudo que é relacionado a futebol. “Já faz uns 20 anos que compro todas as revistas que são lançadas e também faço todos os álbuns, seja do campeonato brasileiro, da liga dos campeões ou da Copa do Mundo”. Se você pensa que esse fenômeno só se restringe aos homens, está muito enganado. A professora de educação física Viviane França, de 32 anos, comprou o álbum no meio da semana e já está quase completando a coleção. “Já gastei mais de R$ 70 em figurinhas e venho trocar na banca todos os dias”. A analista internacional Fernanda Mara Leite, 26 anos, confessou que esse é o seu primeiro álbum. “Estou adorando, fico na internet combinando de trocar as repetidas. Esse álbum é mania no Brasil inteiro”, destacou. Agora é que são elas! Viviane França (professora de Educação Física), Fernanda Mara Leite (analista internacional) e Camila Barros (engenheira de telecomunicações) lutam para completar o álbum da Copa.
As crianças, que comparecem em peso ao clubinho, se emocionam com cada seleção completada. "Em menos de cinco dias já consegui todas as figurinhas da Eslovênia, Holanda e Suíça. Só falta o Daniel Alves para eu completar o Brasil", disse o estudante Ricardo Quezado, de 10 anos. A advogada Fátima Teixeira, por outro lado, é a responsável pelo álbum de seu filho Murilo, de 5 anos. "Esse é o segundo sábado que venho com ele. Interessante é que, ao contrário do que eu imaginava, tem muitos adultos colecionando", disse a advogada, surpresa ao trocar os cromos com Heloísa Novais, de 67 anos. "Sempre faço o álbum da Copa. É um ótimo passa-tempo", completou a aposentada Heloísa, com um sorriso no rosto. Enfim, em um período da história onde alguns paradigmas estão sendo efetivamente quebrados, os álbuns de figurinhas são vistos nas mãos de adultos, sem que isso cause constrangimentos. Curioso é que nem o avanço da tecnologia (existe o álbum virtual, por exemplo) foi capaz de frear o consumo dos tradicionais envelopes, cada um com cinco adesivos e custando R$ 0,75.
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