Holanda 2x1 Eslováquia; Brasil 3x0 Chile.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Holanda 2x1 Eslováquia
A Laranja venceu mais um jogo e continua com 100% de aproveitamento na Copa do Mundo. Esse é o oitavo jogo da Holanda no ano de 2010 e a oitava vitória. Nos amistosos, o time deu show, chegou a golear Gana (4x1) e Hungria (6x1). Na Copa do Mundo, porém, o time venceu com segurança, sem tomar sustos em nenhum jogo, mas sem mostrar o futebol ofensivo dos jogos anteriores. A partir desses quatro primeiros jogos na Copa, todos começam a criar “teorias” para as apresentações pouco inspiradas do ataque holandês. A minha visão é simples: a Holanda aprendeu a ter paciência, a dominar um jogo e a ser vitoriosa. Em todas essas partidas da Copa, tive a impressão que a Laranja venceu quando bem entendeu. Muitas vezes, abriu o placar, depois jogou com calma, chegou a tirar o pé, pelo que percebi. Ninguém ali esqueceu como se jogar ofensivamente. Tanto é, que no jogo de hoje contra a Eslováquia, a equipe começou muito bem e diminuiu o ritmo a partir do momento que fez o primeiro gol. E que pintura de gol! Sneijder, do campo de defesa, fez um lançamento preciso para Robben, que usou toda a sua velocidade para superar o marcador. No lance, o craque do Bayern de Munique fez sua jogada característica, puxando para o centro e mandando um chute rasteiro, indenfesável para o goleiro. Contra Camarões, pela primeira fase, Sneijder fez o mesmo lance e lançou Robben, só que a bola bateu na trave e sobrou para Huntelaar balançar as redes. Enfim, tenho a nítida impressão que o grupo está fechado para conseguir o inédito título mundial. Contra adversários menos badalados, a Holanda venceu com folga, mas acho que deixou para mostrar todo o seu repertório contra uma seleção que tem tradição em Copas. Na Euro 2008, por exemplo, atropelou Itália e França, mas acabou caindo diante da Rússia, que não aparecia bem no cenário internacional desde que se chamava URSS. Por isso, acho necessário todos os brasileiros terem calma, afinal não é por acaso que a Holanda chegou rotulada como uma das favoritas ao título.
O jogo começou muito movimentado. Wladimir Weiss abusou e colocou uma Eslováquia super ofensiva para enfrentar a poderosa Holanda. As chances, no início da partida, aconteceram para os dois lados. Só que o golaço de Robben, já descrito aqui, caiu como um banho de água fria na seleção eslovaca. A Holanda, pela primeira vez, pôde ter Robben entre os titulares. Van der Vaart, contundido, foi o sacado do time. No início, os passes de primeira (característica marcante nas eliminatórias) foram a tônica da seleção comandada por Bert Van Marwijk. O problema é que depois essas jogadas acabaram não aparecendo com tanta frequência, até mesmo pela boa marcação imposta pelo adversário, responsável por eliminar a Itália da Copa. O primeiro tempo ficou morno depois do gol e o placar de 1x0 seria mantido até o apito final do árbitro. Com as mesmas equipes, Holanda e Eslováquia voltaram mais ligadas para os quarenta e cinco minutos finais. Robben, logo no início, teve chance clara para ampliar, mas o goleiro Mucha salvou com a pontinha dos dedos. Depois de algumas chances perdidas, os holandeses caíram de produção e a Eslováquia poderia ter empatado com Stoch e Vittek, mas o goleiro Stekelenburg apareceu para salvar. Enfim, o segundo gol da Laranja, que definiu o jogo, aconteceu nos minutos finais, quando Van Bronckorst cobrou falta rapidamente e encontrou Kuyt na área, que aproveitou falha do goleiro para tirá-lo da jogada de cabeça, e deixar o gol aberto para Sneijder fazer 2x0. Vittek ainda diminuiria para a Eslováquia, cobrando pênalti, nos acréscimos da partida. Com a vitória, a Laranja volta a enfrentar o Brasil em um jogo de mata mata de Copa do Mundo. Em 1974, deu Holanda em jogo que pode ser considerado uma semifinal, apesar do regulamento ser outro. Em 1994, pelas quartas de final, o Brasil venceu. Em 1998, pela semifinal, mais uma vez deu Brasil, nos pênaltis. Pode ficar tudo igual, se a Holanda vencer pelas quartas de final. O problema é que Dunga tem muita sorte contra os holandeses.
Brasil 3x0 Chile
Chile e Brasil faziam uma partida equilibrada, até que Juan aproveitou cobrança de escanteio de Maicon, para mandar de cabeça para o fundo das redes, já na reta final do primeiro tempo. Poucos minutos depois, com o Chile partindo para cima, o Brasil usou sua jogada característica (o contra-ataque) para abrir 2x0 e acabar, de vez, com qualquer possibilidade dos chilenos na partida. O segundo gol, diga-se de passagem, foi bem legal, com Robinho saindo em velocidade, passando para Kaká, que deu um passe lindo para Luís Fabiano driblar o goleiro e mandar para as redes. Na segunda etapa, foi a vez de Ramires fazer boa jogada individual e dar o passe para Robinho fazer o terceiro gol. Depois de descrever os três gols da seleção canarinho, é preciso enfatizar que o time do técnico Dunga venceu o jogo através de suas duas principais armas: bola parada e contra-ataque. O Chile, por incrível que pareça, não conseguiu aprender com os próprios erros e, outra vez, permitiu que o adversário usasse esses fundamentos. Claro que parar o contra-ataque brasileiro é difícil para qualquer seleção do mundo, mas não é impossível. O Chile de Bielsa, marcado por ser um time ofensivo, fez o jogo que sabe fazer. Mas eu acho que a equipe estava nervosa em campo, errando muitos passes e não conseguindo usar a velocidade de seus pontas (Mark Gonzalez e Alexis Sanchez) com frequência. Se o time não conseguia atacar, até mesmo pela boa marcação da defesa brasileira, certamente seria questão de tempo para o Brasil tomar as rédeas do jogo. Não demorou a acontecer. Antes dos 10 minutos, a seleção brasileira esbanjou uma pressão, inclusive com um bom chute de Gilberto Silva, de fora da área. Mas o jogo novamente ficou morno, até que Juan, de cabeça, achou um gol. Naturalmente, o Chile foi em busca do empate e cometeu o mesmo erro dos jogos da Copa América e das eliminatórias: deu campo para o Brasil contra-atacar. Assim, no desespero do adversário que precisava buscar o resultado, o time do técnico Dunga goleou o Chile, mais uma vez. Enfim, sem Elano e Felipe Melo (machucados), o treinador brasileiro colocou Ramires e Daniel Alves. O ex-jogador do Cruzeiro melhora muito a saída de bola no meio de campo, inclusive fez a jogada do terceiro gol. O problema é que Ramires recebeu o segundo amarelo e foi suspenso do jogo contra a Holanda, o que obriga o técnico a colocar Josué, caso Felipe Melo não se recupere. Na minha opinião, Maicon e Michel Bastos fizeram uma boa partida, sempre presos na marcação dos jogadores chilenos. Eles não subiram tanto, mas marcaram muito bem. Enfim, a seleção canarinho chegou e para segurá-la só mesmo uma Laranja que precisa voltar a ser mecânica. De uma coisa tenho certeza, será mais um jogo épico da história dos Mundiais.
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