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Holanda 3x2 Uruguai

terça-feira, 6 de julho de 2010





São oito vitórias (em oito jogos) nas eliminatórias e mais seis vitórias (em seis jogos) na Copa do Mundo. Se vencer a final de Domingo no tempo normal, contra Alemanha ou Espanha, a “Laranja” alcançará um feito só conseguido pela seleção brasileira em 1970, com 100% de aproveitamento nas eliminatórias e no Mundial. Durante o dia, ouvi de alguns comentaristas que o caminho holandês nas eliminatórias foi mais fácil que o brasileiro. Mas isso não é verdade. A seleção canarinho, para chegar ao Mundial do México, venceu seis jogos, enquanto que a seleção holandesa venceu oito. Os adversários do Brasil eram Venezuela, Paraguai e Colômbia, em jogos de ida e volta. Vale lembrar que essas três equipes eram bem fracas na época, pior do que as atuais seleções da Noruega e da Escócia, duas das quatro adversárias da Holanda no caminho rumo ao Mundial de 2010. Os holandeses, então, fizeram oito jogos e os brasileiros fizeram seis. Na Copa do Mundo, a seleção canarinho venceu os seis jogos que disputou e se a Holanda vencer no Domingo, chegará a marca de sete triunfos. Isso tudo, não me entenda errado, não é para comparar os times, todos sabemos que o Brasil de 1970 é infinitamente superior, tanto é que venceu e convenceu em todos os jogos que disputou. Ao contrário da Laranja de 2010, que está mais para Brasil de 1994. Enfim, essas estatísticas podem não servir pra nada, caso a Holanda não consiga o título mundial. Mas, por enquanto, elas servem para constatar que a seleção holandesa merece muito respeito pela campanha que praticou nos últimos anos. Bert Van Marwijk, o treinador, mudou a característica do time, acostumado a dar show, historicamente. Na Eurocopa 2008, com Van Basten no comando, o time mostrou um futebol muito bonito, envolvente, atropelou Itália e França, mas caiu nas quartas de final, diante da desacreditada Rússia. Essa foi a última lição.
Depois daquela competição, a mentalidade do futebol holandês mudou. Passava de hora da equipe conquistar uma Copa do Mundo e a Eurocopa de 1988, que tanto foi comemorada, se tornava uma lembrança distante. A grande cartada dos dirigentes, que sirva de exemplo para o Brasil, foi contratar um técnico que tenha repertório, que saiba motivar seus atletas, que mude o time quando necessário e, sobretudo, que treine a equipe de verdade. Claro que Bert Van Marwijk não conseguiria tanto sucesso se treinasse a Suíça ou a Grécia. A Holanda, ao contrário de outras seleções mais badaladas, tem excelentes jogadores. Eu, particularmente, considero o Sneijder um craque. Ele ainda tem 25 anos e tem grande futuro pela frente, talvez jogue mais duas Copas do Mundo. Se vencer o Mundial, terminará a temporada com vários títulos, como o campeonato italiano, a Uefa Champions League e a Copa do Mundo. Para um meia, fazer cinco gols e disputar a artilharia da Copa é algo sensacional. Em 90 minutos, talvez 120, ele pode assinar o atestado de melhor jogador do mundo em 2010. Não é pouco para Wesley Sneijder, um craque que está iluminado. Para ajudá-lo, simplesmente a principal estrela do Bayern de Munique, vice-campeão da Champions, Arjen Robben. Além deles, Van Persie e Kuyt (estrelas do futebol inglês), os medalhões Van Bommel e Van Bronckhorst, os jovens Elia e Afellay no banco. Van der Vaart, que seria titular em quase todas as seleções do mundo, é reserva. Não é pouca coisa. A Holanda tem um time fantástico no papel e, por isso mesmo, todos esperavam que entrasse na Copa e atropelasse todo mundo. Mas volto a repetir que a tática é a melhor possível: jogar com cautela. Como admirador do futebol holandês, prefiro ver um time campeão do que um time fazendo bonito na primeira fase e voltando para casa mais cedo.
Desde os jogos da primeira fase que percebo uma coisa interessante na Laranja cirúrgica, usando um termo do meu parceiro do blog, Alexandre Silva. A seleção holandesa toca a bola com muita paciência, muitas vezes recua para o goleiro, tenta encontrar espaços na defesa adversária. Não é um time nervoso, que tenta sair desesperadamente para o ataque. O jogo de hoje me desmente, foi uma das piores apresentações da Holanda nos últimos dois anos. Méritos, também, para a eficiente marcação do Uruguai, que não tinha nada mais o que fazer além de marcar o bom sistema ofensivo dos adversários. Ao contrário do segundo tempo contra o Brasil e de todos os jogos anteriores, a Holanda estava um pouco mais nervosa que o comum. Isso, porém, não atrapalha a eficiência dessa seleção. A Holanda, ao meu ver, parece matar o jogo quando quer. Passa a impressão que vai vencer quando bem entender, sem maiores problemas. A celeste, com uma camisa tão histórica, poderia até ter virado o jogo, perdeu um gol incrível com Alvaro Pereira que, sem goleiro, bateu de primeira e a bola foi tirada por Van Bronckhorst em cima da linha. Enfim, o próprio Van Bronckhorst, tão contestado, foi peça fundamental no jogo, ao acertar um belíssimo chute de fora da área e abrir o placar no início do primeiro tempo. Diego Forlan, também de fora da área, fez um golaço no fim da etapa inicial, contando com falha do tão elogiado goleiro Stekelenburg. No intervalo, aconteceu a substituição que todo torcedor da Holanda queria. O pragmatismo de Bert Van Marwijk, que é bem positivo em alguns casos, foi trocado por uma substituição de ousadia. De Zeeuw, um volante clássico ao estilo De Jong (suspenso), saiu para a entrada de Van der Vaart. Com isso, a qualidade técnica desse time melhora muito. Não gostava da opção do treinador no início da Copa, que colocava Van der Vaart aberto pela ponta, nesse setor o jogador do Real Madrid não rendia e acabava centralizando suas jogadas, muitas vezes batendo cabeça com Sneijder. Senti confiança na alteração e a Holanda, apesar de alguns sustos na primeira metade do segundo tempo, melhorou na partida. Em um lance de pura habilidade, Van Persie fez jogada fantástica pela ponta esquerda, chamou a marcação e deu um bonito passe para Van der Vaart, que bateu bem, mas Muslera rebateu no pé direito de Robben, que mandou por cima. Era só o aviso. Pouco tempo depois, Sneijder (da entrada da área) bateu fraco, um chute despretensioso que desviou no zagueiro, passou por Van Persie (impedido) e entrou. Com a vantagem, a Holanda aproveitou os espaços cedidos pela celeste para encaixar seus contra-ataques. Logo em seguida, Sneijder tocou para Kuyt, que cruzou na cabeça de Robben, que só teve o trabalho de completar para as redes. Uma coisa que me incomoda é que a Laranja perde muitos gols. Contra o Brasil, foi assim. Na partida de hoje, em lance rápido de Van der Vaart e Van Persie, a bola sobrou para Robben, que tentou enfeitar, mandar por cobertura, e facilitou a vida do goleiro Muslera. O técnico holandês precisa conversar mais com seus jogadores, que acabam perdendo gols bobos e dificultam a vida da equipe nos momentos finais do jogo. Nos acréscimos, inclusive, M. Pereira descontou para o Uruguai. A pressão da celeste no fim da partida, contando com acréscimos exagerados do juíz, não resultou em nada. A Holanda, 32 anos depois, disputará uma final de Copa do Mundo.
O Uruguai, de Oscar Tabarez, tem que se dar por satisfeito pela belíssima campanha na África do Sul. Ninguém imaginava ver a celeste brilhando. Alguns até apontaram o time como candidato a ficar na primeira fase, em grupo com a França, a África do Sul e o México. É verdade que a liderança da chave e a queda de alguns gigantes, facilitaram a vida dos uruguaios que, para chegarem entre os quatro melhores, precisaram eliminar Coréia do Sul e Gana. No jogo contra os africanos, a equipe perdeu quatro jogadores importantes, dentres eles Luis Suarez e Diego Lugano. Por isso, mais uma partida heróica nesta Terça-Feira, assim como foi contra os ganeses. Com um time remendado, os sul-americanos tiveram muita raça e dificultaram a vida dos holandeses. Tabarez armou um 4-4-2, com Perez (geralmente um volante) mais aberto pela meia direita e Alvaro Pereira (que tinha perdido lugar no time titular) aberto pela esquerda. Forlan e Cavani, na teoria, eram os homens de frente, mas Diego Forlan voltou muito para buscar o jogo, como fez nas partidas anteriores. Dessa forma, era comum ver Alvaro Pereira se aproximando do ataque, muitas vezes posicionado no lugar onde Forlan deveria estar. Essa mentalidade, de jogar pelo time, é algo louvável em Diego Forlan, que entrou para a história da celeste, assim como seu pai. Foram quatro gols até o momento, afinal ainda tem a disputa do terceiro lugar. Ninguém pode prever o futuro, mas todos os apaixonados por futebol têm a esperança (e a sensação) de que a seleção uruguaia pode estar ressurgindo das cinzas. Talvez não seja campeã do mundo nos próximos anos, mas só de chegar entre os quatro melhores, já se coloca em seu lugar de direito: entre os maiores. Portanto, para encerrar esse post, em um dia tão especial para a história do futebol mundial, deixo essa reflexão para você. O jogo entre Uruguai e Holanda marcou a volta de um gigante adormecido e a chance de uma potência do futebol lutar para chegar, pela primeira vez, ao topo do mundo. Essa Copa de 2010, a copa das ironias, desmente verdades absolutas e oferece boas possibilidades de reflexões.

Fala Zakumi!


Alemanha x Espanha
Fizeram a final da Eurocopa 2008, com a fúria conquistando o título de forma incontestável. Esse jogo marcou um divisor de águas para a história da seleção da Espanha, caracterizada por montar grandes times, mas por não conseguir vencer campeonatos importantes. Com o título, o mundo passou a olhar para a seleção espanhola com muito mais respeito, cotando-a como favorita ao título da Copa de 2010. Ironicamente, é contra a Alemanha (batida em 2008) que a Espanha tem a chance de mostrar que a fase de vacas magras faz parte do passado, afinal o título europeu será esquecido se a equipe não chegar ao jogo final da Copa do Mundo contra a Holanda. Muitas emoções nessa quarta-feira, para um clássico de grande importância no futebol europeu e mundial.

12.05.1935 Alemanha 1x2 Espanha (Amistoso)
23.02.1936 Espanha 1x2 Alemanha (Amistoso)
12.04.1942 Alemanha 1x1 Espanha (Amistoso)
28.12.1952 Espanha 2x2 Alemanha Ocidental (Amistoso)
19.03.1958 Alemanha Ocidental 2x0 Espanha (Amistoso)
20.07.1966 Alemanha Ocidental 2x1 Espanha (Copa do Mundo)
11.02.1970 Espanha 2x0 Alemanha Ocidental (Amistoso)
24.11.1973 Alemanha Ocidental 2x1 Espanha (Amistoso)
23.02.1974 Espanha 1x0 Alemanha Ocidental (Amistoso)
24.04.1976 Espanha 1x1 Alemanha Ocidental (Eliminatórias p/ Eurocopa)
22.05.1976 Alemanha Ocidental 2x0 Espanha (Eliminatórias / Eurocopa)
02.07.1982 Alemanha Ocidental 2x1 Espanha (Copa do Mundo)
20.06.1984 Alemanha Ocidental 0x1 Espanha (Eurocopa)
15.10.1986 Alemanha Ocidental 2x2 Espanha (Amistoso)
17.06.1988 Alemanha Ocidental 2x0 Espanha (Eurocopa)
21.06.1994 Alemanha 1x1 Espanha (Copa do Mundo)
22.05.1995 Espanha 0x0 Alemanha (Amistoso)
16.08.2000 Alemanha 4x1 Espanha (Amistoso)
12.02.2003 Espanha 3x1 Alemanha (Amistoso)
29.06.2008 Alemanha 0x1 Espanha (Final da Eurocopa)

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