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Colômbia

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Grande Colômbia- Copa do Mundo 1994 (Perea, Escobar, Álvarez, Rincón, Gaviria e Córdoba. Valderrama, Asprilla, Pérez, Herrera e De Ávila)

É verdade que, em 1962, a Colômbia apareceu em uma Copa do Mundo e ficou marcada por buscar um resultado espetacular contra a URSS, que dois anos antes, havia conquistado a Eurocopa. Mas o que faz a seleção da Colômbia ser uma das mais admiradas no mundo da bola, é um time ousado que, a partir de 1990, conquistou fãs no mundo todo, devido a sua maneira irreverente de jogar futebol.
A Copa do Mundo de 1962 foi disputada no Chile. A Colômbia, surpreendemente, conseguiu a vaga para disputar, pela primeira vez, uma Copa. O time tinha como principais destaques o bom goleiro Sánchez, além de jogadores como Gamboa, Zuluaga, Klinger e Aceros. De cara, um grupo da morte com Uruguai, Iugoslávia e URSS. O objetivo dos colombianos era não fazer feio. No primeiro jogo, derrota para a celeste olímpica por 2x1, de virada, com o gol do uruguaio Cubilla saindo apenas nos minutos finais da partida. No segundo jogo, um dos confrontos mais emblemáticos da história da Copas do Mundo: um 4x4 contra a poderosa URSS.
O jogo contra os soviéticos aconteceu na cidade de Arica, e contou com um pequeno público de 8.040 espectadores (normal para a época, já que apenas as seleções da casa lotavam estádios). Em menos de 15 minutos de partida, a URSS já vencia a Colômbia por 3x0, com dois gols de Ivanov, e outro de Chislenko. Aceros diminuiu para a Colômbia, mas aos 6 do segundo tempo, Ponodelnik faria o quarto gol da URSS. Se você pensa que o jogo terminou com um passeio dos soviéticos, está enganado. Em um intervalo de 9 minutos, o soviético Lev Yashin (o melhor goleiro da história das Copas do Mundo) viveu um pesadelo. Com gols de Coll, Rada e Klinger, a Colômbia chegou ao surpreendente empate por 4x4. Após o jogo, o jornal francês L’Equipe publicou que o goleiro soviético, conhecido como Aranha Negra, estava com os dias contados. Ele, mais tarde, provaria que não. Mas isso é assunto para outra hora, quando eu apresentar aqui a tradicional seleção soviética. Por hora, vale lembrar que essa “crise” do Aranha Negra foi por culpa da Colômbia de Coll, autor de um gol olímpico. Na última partida da primeira fase, a Colômbia foi humilhada pela Iugoslávia, uma goleada de 5x0 sofrida para a seleção de Galic, Melic e Jerkovic. Mas nem esse fracasso foi capaz de ofuscar o brilho da fraca Colômbia, que teve o seu dia de glória em 1962.
A Colômbia só voltaria a disputar uma Copa do Mundo, em 1990. Nesse intervalo de tempo, o destaque seria o vice-campeonato na Copa América de 1975. Nada sensacional, é verdade. Mas vale lembrar da equipe de 1975, por causa de Pedro Antônio Zape, considerado o maior goleiro da história da seleção colombiana. Na final, a Colômbia foi derrotada pelo Peru, já na terceira partida. Naquela edição da Copa América, não havia um país sede e, portanto, os jogos eram de ida e volta. Após vencer em Bogotá, e ser derrotada em Lima, o jogo de desempate foi realizado em Caracas (campo neutro), com vitória do Peru, por 1x0. Em 1987, mais uma vez a Colômbia faria bom papel em uma Copa América, terminando na terceira colocação. Começava ali a base da geração de 1990, com Higuita, Escobar, Rédin, Valderrama, Álvarez e companhia.
Bom, olhando apenas posicionamento, a melhor colocação da seleção colombiana na história das Copas foi o décimo-quarto lugar em 1962. Mas somente 16 seleções disputaram a Copa do Chile, e assim a Colômbia ficou pertinho da última colocação. Por isso, é mais justo analisar o aproveitamente e, dessa forma, o décimo sexto lugar na Copa de 1990, pode e deve ser considerado como o melhor desempenho dos sul-americanos em Copas do Mundo. Afinal em 1990, a Copa já contava com 24 seleções, e a Colômbia conseguiu vaga para as oitavas de final, sendo eliminada apenas na prorrogação, por outra grande surpresa: Camarões.
Vinte e oito anos após surpreender o Aranha Negra, a Colômbia voltaria a disputar uma Copa do Mundo. A seleção do técnico Maturana tinha a mesma base que chegou ao terceiro lugar na Copa América de 1987. A novidade era Rincón. O grupo da Colômbia contava com duas forças do futebol mundial: Alemanha e Iugoslávia. Na partida de estreia, vitória tranquila contra os Emirados Árabes, por 2x0, com gols de Redin e Valderrama. No segundo jogo, a Colômbia travou um duríssimo duelo contra os iugoslavos. O gol da seleção européia só saiu aos 30 do segundo tempo, com Jozic. O placar de 1x0 para a Iugoslávia preocupava os colombianos, que precisavam de um empate contra a Alemanha Ocidental, para conseguir se classificar por índice técnico. Mais uma vez, demonstração de força da Colômbia, que após sofrer o gol aos 44 do segundo tempo, buscou o empate aos 47 minutos com Rincón. O placar de 1x1 classificou os sul-americanos, ao lado de Alemanha e Iugoslávia, para as oitavas de final da Copa de 1990. Uma classificação muito comemorada, já que, pela primeira vez na história, a Colômbia passava de fase em uma Copa do Mundo.
Estádio San Paolo, Nápoles, dia 23.06.1990. Duas das três grandes surpresas da Copa de 1990 (A outra era a Costa Rica) entraram em campo para uma batalha épica, onde o vencedor se incluíria entre os oito melhores daquela Copa. Camarões e Colômbia, até então, eram seleções inexpressivas no mundo da bola e poucos acreditavam que pudessem fazer algo sensacional em uma Copa do Mundo. A Colômbia fez sua parte, ao se classificar para as oitavas de final. Já a seleção de Camarões, liderada por Roger Milla, derrubou Argentina e Romênia na primeira fase e era a sensação do momento. Após o 0x0 persistir durante o tempo normal, a partida foi para a prorrogação. Depois de 16 minutos de tempo extra, Roger Milla seria imortalizado ao marcar duas vezes. O segundo gol, inclusive, após tomar a bola do atrapalhado goleiro Higuita. Redin ainda diminuiu para a Colômbia, mas era tarde. Placar de 2x1 para Camarões. Eliminada, a Colômbia acreditava que esse era apenas um ensaio, já que em 1994 surgiria a grande Colômbia, a mais temida seleção formada pelo país. Infelizmente, a Copa dos Eua, que poderia ser um grande sucesso, foi marcada por uma campanha pífia e o assassinato do zagueiro Escobar.
Jogo entre Camarões e Colômbia, pelas oitavas de final da Copa de 1990. Higuita tenta sair jogando, mas perde a bola para Roger Milla. Esse foi o segundo gol de Camarões na prorrogação, que provocou a eliminação da Colômbia.

Antes de falar da Copa de 1994, devemos destacar os motivos que levaram a Colômbia a ser cotada como favorita ao título da Copa do Mundo. Valderrama, Asprilla, Valência e Rincón formavam uma base de grande destaque e faziam da Colômbia uma equipe muito temida pelos seus adversários. Em 1993, a Colômbia chegou novamente ao terceiro lugar em uma Copa América. Mas o grande feito dessa seleção aconteceu pelas eliminatórias, quando mandou a Argentina para a repescagem, após duas vitórias categóricas. Dia 05/09/93, o estádio Monumental de Nuñes, completamente lotado de argentinos, foi palco de uma massacrante vitória da Colômbia, pelo placar de 5x0. Isso mesmo, a seleção de Batistuta, Simeone e Redondo foi derrubada em casa, pela grande Colômbia. Dois gols de Rincón, dois de Asprilla e um de Valência, que fizeram a Colômbia chegar com muita moral a Copa de 94.
Após sorteio dos grupos para a Copa de 1994, a Colômbia comemorou, pois não ia ter que enfrentar na primeira fase seleções como Brasil, Alemanha, Itália e Holanda. Nada melhor do que um grupo com Suíça, Romênia e Eua, todas sem muita expressão em Copas. A euforia era tão grande, que os torcedores colombianos já davam a sua seleção como classificada para as oitavas de final. Mas no dia 18/06/94, a história mudaria seu curso e a grande Colômbia se tornaria uma decepção, ao perder para a Romênia, por 3x1. Raduciou e Hagi (que fez um golaço) mostravam as qualidades da seleção romena, essa sim, um grande destaque da Copa. O gol colombiano foi marcado por Valência. Na segunda partida, a Colômbia precisava vencer os Eua (donos da casa) para tentar a classificação no último jogo. Mas o gol contra de Escobar, aos 35 minutos do primeiro tempo, fez desabar o sonho colombiano de brigar pelo título. A equipe, muito nervosa, não conseguia mostrar na Copa, os motivos que a credenciavam como a grande Colômbia de todos os tempos. Stewart, aos 7 do segundo tempo, fez 2x0 para os Eua. Valência, aos 45 do segundo tempo, fez o gol de honra da Colômbia. Fim de jogo! Fim de Copa! Fim de vida para Andrés Escobar! Dia 22/06/94, após perder por 2x1 para os Eua, a Colômbia se tornou a grande decepção da Copa, sendo eliminada ainda na segunda rodada da fase de grupos. Dia 26/06 disputaria o terceiro jogo, apenas para cumprir tabela, quando venceria a Suíça por 2x0, gols de Gaviria e Lozano.
A decepção na Copa do Mundo teve consequências graves e manchou para sempre a história da seleção colombiana. O zagueiro Andrés Escobar, que também disputou a Copa de 1990, foi covardemente assassinado por um torcedor fanático, após uma discussão em frente a uma discoteca na cidade de Medellín. O motivo da brutalidade: o gol contra que ele marcou na derrota para os Eua. Segundo o filme “Escobar own goal”, que conta a história trágica do zagueiro, mais 39 pessoas morreram assassinadas em Medellín na noite em que o jogador foi executado com 12 tiros. A verdade é que, com jogadores como Valderrama, Àlvarez, Escobar, Asprilla, Rincón e Valência, dificilmente se podia imaginar outra coisa da grande Colômbia, a não ser uma campanha vitoriosa. Depois do episódio lamentável, a seleção sul-americana, por coincidência, nunca mais foi a mesma.
Com Higuita de volta, a Colômbia chegou ao terceiro lugar na Copa América de 1995. A base era muito parecida com a de 1994, claro quecom a ausência de Escobar. Valência também não disputou a Copa América. A Colômbia foi eliminada nas semifinais pelo Uruguai, que seria o campeão. Na disputa de terceiro lugar, goleada e vingança contra os Eua: 4x1. Quinõnez, Valderrama, Asprilla e Rincón marcaram para a Colômbia no jogo contra os norte-americanos. Em 1998, a Colômbia voltaria a disputar uma Copa do Mundo. Era a despedida da Grande Colômbia! Ao contrário de 1994, as perspectivas não eram boas. E a Colômbia ficou, mais uma vez, na primeira fase. De cara, um encontro com a Romênia, assim como em 1994. E, de novo, derrota. Dessa vez, por 1x0, golaço de Ilie. No segundo jogo, vitória difícil contra a Tunísia, por 1x0. Após grande lançamento de Valderrama, Preciado fez o gol da vitória dos sul-americanos aos 38 minutos do segundo tempo. No terceiro e último jogo, veio a eliminação, após perder para a Inglaterra, pelo placar de 2x0, gols de Anderton e Beckham. Aristzábal, Valência, Asprilla, Rincón, Valderrama, Mondragón e Preciado eram a base da seleção.
Na Copa de 1998, faixa de torcedores colombianos, protestando pela morte de Escobar. Certamente o zagueirão estaria na França, caso não tivesse sido assassinado por um torcedor, após marcar um gol contra na Copa de 1994.

Em 2000, a Colômbia foi convidada para a disputar a Copa Ouro da Concacaf. Na oportunidade, foi vice-campeã, ao perder a final para o Canadá. Em 2001, o grande título do futebol colombiano. 6 jogos e 6 vitórias e a Colômbia, pela primeira vez, conquistou a Copa América. Se a geração de 1994 foi uma decepção, essa de 2001 pode não ter chegado a disputar uma Copa do Mundo, mas, pelo menos, ganhou um título para o futebol colombiano. Jogando em casa, a Colômbia teve seu caminho facilitado. Na primeira fase, vitórias contra Chile, Equador e Venezuela. Nas quartas de final, eliminou o Peru. Nas semifinais, enfrentaria o Brasil, caso a seleção brasileira eliminasse Honduras (convidada da Concacaf). No entanto, a zebra aconteceu e Honduras passou pelo Brasil, facilitando assim o caminho da Colômbia, que nas semifinais eliminou os hondurenhos por 2x0, chegando a decisão contra outra seleção convidada: o México. No dia 29/07/2001, a Colômbia, enfim, pôde comemorar um título, após derrotar o México por 1x0, gol de Ivan Córdoba, aos 20 minutos do segundo tempo. Aristizábal era o grande nome dessa seleção, e terminou como artilheiro da Copa América com 6 gols. Castillo, Murillo, Vargas, Molina, o goleiro Córdoba e Grisales também foram importantes na campanha.
Jogadores comemoram o inédito título da Copa América em 2001. Essa seleção já não contava com Asprilla, Valderrama, Valência, Rincón e Álvarez.

Apesar do título, a Colômbia sequer se classificou para a Copa de 2002. Em 2003, disputou a Copa das Confederações e, mais uma vez, encontrou Camarões em um jogo decisivo. Mas dessa vez o jogo entrou para a história por motivos tristes. Em jogo válido pelas semifinais, Camarões vencia a Colômbia por 1x0, quando o camaronês Marc Vivien Foé sofreu uma parada cardíaca e morreu alguns minutos depois. O jogo terminou 1x0 para Camarões.A Colômbia, que tinha a mesma base da Copa América de 2001, perderia a disputa de terceiro lugar para a Turquia. Depois disso, a Colômbia não voltou a figurar mais entre as grandes seleções. Ausente das Copas de 2002, 2006 e 2010, a esperança é que em 2014, a Colômbia volte em grande estilo a uma Copa do Mundo, uma copa especial, já que será disputada no Brasil. E aos amantes da seleção colombiana, a esperança é que apareça no país novos craques como Asprilla, Álvarez, Valderrama, Rincón, Valência, Aristizábal, Zape e Higuita. Hoje, jogadores como Falcão Garcia, Rodallega, Jackson Martinez, entre outros, são a esperança por dias melhores. Em 2011, na Copa América, o primeiro teste.

5 comentários:

Net Esportes 2 de novembro de 2009 às 08:23  

O Valderrama foi épico, a história da Colômbia é sensacional, um grande absurso o que aconteceu com Escobar ..... acho que ainda vai demorar muito pra se recuperarem ....

Muito boa a idéia do blog, já ta linkado, grande abraço e boa sorte !!!!

Wagner Lopes 2 de novembro de 2009 às 12:56  

Valderrama é eterno!
Desde criança eu era fã dele

Unknown 13 de novembro de 2009 às 15:38  

Eu tbm era muito fan do Valderrama, e fico chateado pelo que aconteceu com Escobar, mesmo ele jogando no Galo.
Parabens pelo blog !!!!

OPRADO 17 de junho de 2016 às 19:22  

Ganhou alguma coisa agora Brasil perder para Honduras que fracasso

Unknown 18 de fevereiro de 2017 às 15:26  

Uma das melhores seleções de todos os tempos,esta geração dos anos 90 apesar de não conquistar um Mundial ou outra competição marcou sim seu nome na historia.

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