Egito é campeão e faz história na CAN 2010!

Ahmed Hassan levanta o cobiçado troféu da Copa Africana. O capitão foi um dos destaques da campanha vitoriosa dos egípcios!

Fim de Jogo! Jogadores egípcios comemoram mais um título da Copa Africana de Nações!
Apesar do triste episódio envolvendo um atentado ao Togo, Angola está orgulhosa pela realização da CAN 2010!


Não foi um grande jogo tecnicamente, mas o confronto desta tarde entre Egito e Gana entrou para a história do futebol mundial. Pela primeira vez, uma seleção foi campeã da Copa Africana de Nações pela terceira vez consecutiva. O Egito, além disso, chegou a incrível marca de 7 títulos continentais, deixando Camarões e Gana na vice-liderança do ranking com 4 conquistas. Coincidentemente, os dois últimos títulos foram sobre esses dois concorrentes, o que contribuiu para gerar essa diferença maiúscula. Festa para os “faraós”, a maior seleção do futebol africano, mas que infelizmente não consegue disputar uma Copa do Mundo há muitos anos. A geração mais fantástica do futebol egípcio não quer nem saber disso, mas sim de festejar um dos títulos mais importantes do futebol mundial.

O ano de 2010 foi histórico para o talismã Gedo! O jogador comemora o gol do título, contra Gana. O primeiro gol do atacante com a camisa do Egito ocorreu em um amistoso contra Mali, dia 04.01. Depois o jogador marcou outros 5 gols na Copa Africana, contribuiu para um inédito tri-campeonato e terminou como artilheiro isolado da competição.

Não é hora de falar dos jogadores ausentes de Egito e Gana, embora a gente não tenha certeza se essas equipes estariam melhores com eles em campo. É momento de falar dos jogadores presentes, que deram o sangue pela conquista do título. A jovem equipe de Gana tem um futuro brilhante pela frente e pode conseguir outros grandes resultados no futebol mundial, depois do título da Copa do Mundo Sub-20 em 2009 e do vice-campeonato da CAN 2010. As “estrelas negras”, vale ressaltar, tiveram postura de gente grande e poderiam ter vencido o Egito na partida de hoje, mas não fizeram prevalecer a pressão na parte final do segundo tempo e pouco criaram chances claras de gol. Asamoah Gyan fez o que dele se esperava e assumiu a responsabilidade, sendo o principal jogador ganês durante a partida. O atacante deu muito trabalho para o goleirão El-Hadary, sendo em cobranças de falta ou em chutes de fora da área. A fome de título, que Gyan tanto falou antes da partida, foi demonstrada pelo jogador em campo. O setor de meio de campo, porém, esteve apagado. Kwadwo Asamoah, Opoku e Dedé Ayew, por exemplo, estavam presos na marcação imposta pelos egípcios e, cá pra nós, não sabiam muito bem como se libertar dos jogadores adversários. Pelo contrário, a aptidão dos ganeses era devolver a marcação com mais marcação, e assim o jogo ficou preso, truncado. Aliás, essa foi uma das características da CAN, com muitos jogos ruins, devido ao estilo pragmático das seleções, inspiradas pelo eurocentrismo que toma conta do futebol africano. Com muitos erros de passes de ambos os lados, o primeiro tempo foi bem fraquinho. Na segunda etapa, como eu já disse, Gana pressionou em busca do gol, mas não conseguiu passar pela bem armada defesa adversária. Pelo lado do Egito, muita marcação e pouca inspiração. A única chance clara foi justamente o lance do gol. Antes de falar desse lance, que definiu a história da Copa Africana 2010, é preciso destacar a estrela de Gedo, que terminou como artilheiro da CAN com 5 gols marcados. O jogador, no entanto, é reserva da seleção egípcia, o que deixa mais fantástico o seu feito, já que ele marcou sempre na segunda etapa das partidas, após sair do banco de reservas. Contra Gana, Gedo entrou aos 25 minutos do segundo tempo, no lugar de Moteab. Aos 40 minutos, o jogador fez uma linda tabela com Zidan, recebeu na entrada da área e mandou um lindo chute para fazer um golaço. Explosão no estádio 11 de Novembro que, sonolento, aguardava pela prorrogação. Inexplicavelmente, o técnico ganês Milovan Rajevac sacou Asamoah Gyan para colocar o jovem Adiyiah, além da saída de Opoku para a entrada de Addo. Qualquer leigo, sabe que era hora de tirar defensores para colocar atacantes e não trocar seis por meia dúzia! Apesar disso, Gana partiu com tudo e poderia ter empatado, mas a bola não entrou. Muita festa para o Egito, principalmente para Hassa Shehata que fez ressurgir o futebol egípcio, comandando os "faraós" nas conquistas em 2006, 2008 e 2010. Agora as principais seleções do continente (exceto o Egito) se concentram na Copa do Mundo, sonham em fazer história e chegar, pela primeira vez, entre os quatro melhores. A Costa do Marfim, na minha opinião, continua a seleção com mais caixa para isso, apesar de grupo e cruzamento complicado. Com o time completo, Gana também tem ótimas possibilidades de fazer bonito, mesmo em chave encardida na primeira fase. Já Argélia, África do Sul, Camarões e Nigéria entram como azarões.

Curtinhas

Com a participação de Joseph Blatter, a festa de encerramento da CAN 2010 teve boa repercussão na imprensa mundial. Muito bem produzida e retratando a cultura do país, a festa teve como ápice a chegada de um "homem voador" trazendo a taça da Copa Africana. Para os principais jornais europeus, o título ficou em boas mãos e venceu a seleção mais entrosada do continente, validando a tese de que um campeonato local forte, pode gerar bons frutos. Para quem não sabe, são poucos jogadores da seleção egípcia que atuam fora do país. Por outro lado, a suspensão da seleção do Togo causou repercussão negativa.

A CAF divulgou a seleção da Copa Africana de Nações: El-Hadari (Egito), Bougherra (Argélia), Gomaa (Egito), Mabina (Angola), A. Song (Camarões), Fathi (Egito), Ahmed Hassan (Egito), Odemwingie (Nigéria), Gyan (Gana), Flavio (Angola) e Zidan (Egito). Em outras lista de reservas, aparecem Kingson (Gana), Mbola (Zâmbia), Emana (Camarões), Ziane (Argélia), Keita (Mali), Gedo (Egito), Obasi (Nigéria), Mulenga (Zâmbia), Moulongui (Gabão) Dedé Ayew e Kwadwo Asamoah (Gana), além de Salomon Kalou (Costa do Marfim). Confesso que não consegui compreender a ordem tática do time titular e muito menos dos reservas que, por sinal, são 12.