Egito e Gana lutam pelo troféu mais cobiçado da África!

Falta muito pouco para conhecermos o campeão africano de 2010! Daqui a pouco, às 14 horas (horário de Brasília), o estádio 11 de Novembro em Luanda será palco da grande decisão da CAN 2010, envolvendo Egito e Gana. O confronto entre duas das mais tradicionais seleções do continente é, naturalmente, aguardado com ansiedade por todos. O atacante ganês Asamoah Gyan, por exemplo, acredita que as “estrelas negras” conseguirão conquistar o título, após 28 anos de jejum. Para o jogador, nunca a seleção ganesa esteve com tanta fome de vencer uma competição, como ocorre nessa edição da CAN. Uma motivação extra para Gana é não deixar o Egito disparar no número de títulos conquistados, afinal os “faraós” foram campeões 6 vezes, contra 4 de Gana. Ou seja, caso Gana vença amanhã, encostará e poderá chegar ao hexa em 2012. Se o Egito for campeão, levará seu sétimo título (hegemonia absoluta) e entrará para a história por ter conseguido vencer a competição por 3 vezes seguidas.
A seleção egípcia tem grande responsabilidade na partida de logo mais, mesmo porque chega com o favoritismo absoluto. A missão do técnico Hassan Shehata é conter o clima de euforia, que já toma conta do povo egípcio após classificação inesquecível diante da Argélia. O zagueiro Fathallah, suspenso, não estará à disposição de Shehata para a partida de amanhã e fica a expectativa pela situação de Meteeb, que saiu contundindo durante a partida contra as “raposas do deserto”. Pelo lado de Gana, Milovan Rajevac também aguarda aval do departamento médico para saber se terá todo o plantel à disposição. Contra a Nigéria, pelas semifinais, Sarpei e Opoku saíram machucados. Bom, para finalizar, as duas seleções mostraram que nem sempre são as “estrelas” que ganham títulos, sobretudo em competições de tiro curto. Exceto o egípcio Zidan (um jogador diferenciado, mas longe de chegar ao nível de Droga ou Eto’o), as duas equipes que chegaram á final, estão lá mais por disciplina tática e pelo espírito aguerrido dos seus jogadores, do que por destaques individuais. Vale citar também o ótimo trabalho realizado pelos dois técnicos. Hassan Shehata, simplesmente, pode conquistar seu terceiro título da Copa Africana no comando técnico do Egito. Milovan Rajevac, por outro lado, sem contar com seis jogadores considerados titulares, apostou na base que venceu o Mundial Sub-20 e implantou um sistema defensivo, que não levou gol nos últimos três jogos. Egito e Gana chegaram e só um ficará com a taça! Amanhã é mais um dia histórico para o futebol da África, que aguarda por um ano inesquecível, sediando a primeira Copa e, quiçá, chegando a uma tão esperada semifinal.

Nigéria ganha o “bronze”!

Com vitória por 1x0 sobre a Argélia, a Nigéria terminou na terceira colocação da Copa Africana. Agora é pensar em Grécia, Argentina e Coréia do Sul (adversários da Copa). Pelo lado argelino, saldo positivo no final, principalmente por terem eliminado a Costa do Marfim. Na Copa, a Argélia terá pela frente Inglaterra, EUA e Eslovênia.

A Nigéria venceu a Argélia por 1x0 na disputa do terceiro lugar e ficou com a medalha de bronze da CAN 2010. As duas seleções, que tiveram jogos desgastantes antes de ontem, entraram muito modificadas para o confronto de hoje, em Benguela. Os argelinos, naturalmente, estavam sem parte do seu sistema defensivo, já que perderam Chaouchi, Malliche e Belhadj por expulsão no jogo contra os egípcios. Além disso, Yahia e Matmour foram poupados. Pelo lado da Nigéria, Shaibu Amodu mudou várias peças, mas manteve o esquema 4-3-3 (um fracasso para um time sem armador). Alguns jogadores que deveriam entrar como titulares bem antes da eliminação diante de Gana, como Obinna, Kanu e Taiwo, tiveram chance desde o início do jogo. A partida foi muito ruim nos primeiros 45 minutos, quando Nigéria e Argélia trocavam passes sem objetividade. No saldo final, foi à Nigéria que teve as melhores chances de abrir o placar. No segundo tempo, as “super águias” voltaram com tudo contra um sonolento time argelino. Aos 6 minutos, Taiwo mandou um foguete de falta e o goleiro Zemmamouche rebateu, com Obasi mandando na trave no rebote. O lance foi um prenúncio para o gol nigeriano, que saiu pouco depois. Obinna aproveitou bate-rebate, pegou a bola fora da grande área e saiu driblando os defensores, mandando na saída do goleiro argelino. Um lindo gol! Com isto, o jogou ganhou maior movimentação e as equipes passaram a se arriscarem mais, porém sem efetividade na hora de concluir. No fim 1x0 e festa tímida para a Nigéria, com um sabor de “quero mais”. Na próxima segunda, eu falo das perspectivas das 5 seleções africanas que disputaram a CAN para a Copa do Mundo.

África em crise!

Repúdio! Essa foi a palavra que encontrei para explicar meu sentimento em relação à atitude da CAF em suspender o Togo, após a delegação voltar ao país, para velar seus mortos em atentado ocorrido na perigosa Cabinda. Não vou ficar aqui “chovendo no molhado”, mas a CAF é que deveria ser punida pela FIFA, por aceitar que um local em guerra fosse sede de um torneio tão importante. Togo, que não tem nada haver com isso, pagou o pato, teve seu ônibus metralhado, três mortos no saldo total e depois de tudo ainda ficará sem disputar duas edições da Copa Africana, em uma das maiores injustiças já vistas no esporte. A justificativa da CAF para cometer essa “barbaridade” é de que houve interferência do governo togolês, que ordenou a volta de seus jogadores. Qualquer governo faria isso! Por sinal, eu fui um dos defensores de que todo mundo deveria boicotar os jogos em Cabinda. Felizmente não houve maiores problemas após o episódio envolvendo Togo, mas isso foi um risco muito grande, afinal se trata de um território em guerrilha. Os togoleses irão recorrer e espero que consigam êxito e, se possível, conseguindo penalização para alguns membros da CAF (esses merecem!).

A Costa do Marfim está em crise após decepcionar, mais uma vez, em uma Copa Africana de Nações. Salomon Kalou disparou em um jornal marfinense sobre o comportamento de alguns de seus companheiros, que segundo Kalou só pensam em seu ego e tem pouco comprometimento com a seleção. Os “elefantes” são considerados o melhor time da África, pelos vários jogadores de nível que têm, porém não conseguem resultados expressivos há bastante tempo. Na Copa do Mundo, em grupo com Brasil e Portugal, a expectativa é mudar o panorama e conseguir vaga para disputa das oitavas da final. Os marfinenses estréiam contra Portugal, dia 15 de Junho.