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Portugal 7x0 Coréia do Norte; Chile 1x0 Suíça; Honduras 0x2 Espanha.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Portugal 7x0 Coréia do Norte



Depois de quase segurar o Brasil, a Coréia do Norte até fez um primeiro tempo equilibrado contra Portugal, perdendo o jogo pelo placar mínimo (1x0) e conseguindo assustar o goleiro Eduardo em algumas oportunidades. Enfim, o técnico Kim Jong Hun achou que poderia enfrentar o time português de igual para igual, esse foi o maior erro. Logo ele, que fazia parte da seleção norte-coreana em 66, acreditou piamente que a estratégia deveria ser a mesma daquela oportunidade, partindo para cima dos lusitanos. Há 44 anos, eles fizeram isso, abriram 3x0, mas acabaram levando cinco gols e tomando a virada. Carlos Queiroz, o criticado técnico da seleção europeia, teve um dia inesquecível. Ele mudou algumas peças, tirou Paulo Ferreira, Deco (dizem que por contusão), Danny e Liedson para as entradas de Miguel, Tiago, Simão e Hugo Almeida, respectivamente. Raul Meireles, então, deixou de ser um segundo volante para jogar na criação, lugar ocupado pelo pouco inspirado Deco na partida anterior. Pedro Mendes e Tiago foram os dois volantes, com Tiago sempre aparecendo no ataque, tanto é que foi o artilheiro do jogo com dois gols. Cristiano Ronaldo e Simão, mais abertos, e Hugo Almeida mais enfiado entre os zagueiros, deram trabalho para a fraca zaga da seleção asiática. No primeiro tempo, porém, só um gol, quando Tiago deu assistência perfeita para Raul Meireles completar para as redes. Ricardo Carvalho, é verdade, acertou a trave após cobrança de escanteio, mas não seria exagero dizer que a Coréia do Norte merecia ter aberto o placar, já que Cha Jong-Hyok, Hong-Yong Jo e Jong-Tae Se quase abriram o placar. Muitos desses lances, vale destacar, aconteceram em chutes de fora da área, sempre passando muito perto do gol de Eduardo.
Depois do gol, Portugal controlou as ações do jogo e poderia ter ampliado ainda no primeiro tempo. Mas os seis gols que completaram a goleada histórica, maior de Portugal em Copas do Mundo, aconteceram na etapa final. Logo no início, Miguel Lançou, Raul Meireles matou no peito, tocou para Hugo Almeida que devolveu de calcanhar para Meireles encontrar Simão entrando sozinho, para fazer 2x0. Até então, diga-se de passagem, a seleção norte-coreana vinha fazendo um início de segundo tempo equilibrado com os lusos. Com o gol de Portugal, os asiáticos se desesperam e partiram com tudo, acreditando que poderiam empatar o jogo e ainda brigar pela vaga. Erro fatal. Pelo lado direito, Cha Jong-Hyok subia e deixava uma verdadeira avenida para o lateral esquerdo português, Fábio Coentrão, e para Cristiano Ronaldo. No terceiro gol, Coentrão cruzou para Hugo Almeida completar. No quarto, Cristiano Ronaldo também chegou pelo lado esquerdo e tocou para trás, encontrando Tiago, que só empurrou para as redes. Depois disso, o ritmo do jogo caiu e a Coréia, sabendo que poderia piorar as coisas se tentasse atacar, acabou se plantando na defesa. Cristiano Ronaldo, por outro lado, corria atrás de seu golzinho. Ele fez jogadas fantásticas, assistências perfeitas para Coentrão e Meireles, mas seus companheiros perderam na cara do gol. Em outro lance, ele saiu em velocidade e acertou um lindo chute, mas a bola bateu no travessão. Com a entrada de Liedson no lugar de Hugo Almeida, Portugal voltou a crescer no jogo. Duda, que substituiu Simão, e Miguel Veloso que entrou no lugar de Raul Meireles, deram sangue novo ao ataque português, que a essa altura voltava a sufocar o adversário. Liedson aproveitou falha bisonha do zagueiro, que praticamente ajeitou a bola para o luso-brasileiro marcar o quinto gol. Depois disso, chegou a vez do craque Cristiano Ronaldo marcar o seu, aproveitando outra falha defensiva do adversário. Antes do apito final, Duda cruzou e Tiago fez de cabeça, completando o massacre. É verdade que a Coréia do Norte é fraca, mas o poderoso Brasil só a venceu por 2x1. Por isso, os lusitanos têm muitos motivos para comemorar, afinal a classificação está “quase” garantida. Portugal só perde a vaga se acontecer um verdadeiro milagre, certamente o que seria o maior milagre da história das Copas, com a Costa do Marfim precisando de oito gols de diferença contra a Coréia do Norte e ainda torcer por uma vitória do Brasil diante dos portugueses.

Chile 1x0 Suíça



Foi do jeito que eu imaginei. Desde que o sorteio da Copa proporcionou o encontro entre uma seleção bastante ofensiva, o Chile, contra o ferrolho mais eficiente da história dos Mundiais, a Suíça, nós ganhamos um dos confrontos mais interessantes de se acompanhar na África do Sul. O jogo de hoje, inclusive, entrou para a história do futebol suíço, já que a seleção local quebrou o recorde da Itália de maior tempo sem sofrer gols na história da competição, quando aos 22 minutos do segundo tempo ainda segurava o 0x0 contra os sul-americanos. Aos 29, porém, a Suíça não suportou a pressão e acabou levando um gol de Mark Gonzalez, o gol que definiu a vitória ao Chile por 1x0.
El “loco” Bielsa armou um time bastante ofensivo, um 3-4-3, com Alexis Sanchez e Bouasejour abertos e Humberto Suazo centralizado. Interessante nesse esquema, é que Arturo Vidal (pela esquerda) e Isla (pela direita) se aproximam bastante dos pontas, sempre incomodando a defesa adversária. O Chile, no entanto, não conseguiu furar o bloqueio suíço no primeiro tempo, criando as melhores oportunidades em chutes de fora da área, quando o goleiro Benaglio espalmou chute forte de Vidal e no rebote Carmona pegou bonito, mas o goleiro suíço salvou novamente. Outra boa chance aconteceu quando Bouasejour cruzou, a bola passou por todo mundo e Sanchez matou no peito, mas chutou fraco, facilitando a defesa de Benaglio. Alexis Sanchez, inclusive, é um grande jogador, certamente tem um futuro brilhante pela frente. O veloz ponta é habilidoso, inteligente e não desiste de nenhuma jogada. Seu único problema, pelo que reparei, é a finalização, um fundamento que ele ainda vai conseguir melhorar, afinal tem só 21 anos. Enfim, Bielsa ousou e no intervalo trocou Vidal e Suazo por Mark Gonzalez e Valdívia. Depois o treinador ainda tirou Mathias Fernandez para a entrada de Paredes. Ou seja, o treinador colocou mais jogadores de frente para buscar a vitória. A defensiva Suíça, que teve Behrami expulso injustamente no primeiro tempo, tentou suportar a pressão de todas as formas. Quando Sanchez acertou um chute de fora da área e balançou as redes no início do segundo tempo, parecia que tudo iria por água abaixo. Mas o juíz interpretou que Mark Gonzalez participou do lance, mesmo sem tocar na bola, e como o jogador estava em posição de impedimento, a arbitragem anulou o gol. O próprio Sanchez teve chance clara, alguns minutos depois, mas o goleiro Benaglio saiu e conseguiu salvar. Aos 29 minutos do segundo tempo, Valdívia encontrou Paredes que ficou frente a frente com Benaglio, driblou o goleiro, perdeu o ângulo, mas conseguiu fazer o cruzamento para Mark Gonzalez mandar de cabeça para as redes. Com o gol, a Suíça foi obrigada a sair para o jogo e, por isso, cedeu os contra-ataques para os chilenos, que perderam gols incríveis, dois deles com Paredes e outro com Mark Gonzalez. A Suíça também teve sua chance de ouro para empatar, em lance onde Bunjaku passou de calcanhar para Derdiyok que perdeu um gol feito. Ironicamente, apesar de duas vitórias, o resultado não é seguro para o Chile, que perdeu uma avalanche de gols nas partidas contra hondurenhos e suíços. O problema é que o Chile pega a Espanha e, em caso de derrota, a fúria ultrapassa os chilenos na classificação. Se isso acontecer, os sul-americanos correriam o risco de perder a vaga para a Suíça, que tem tudo para vencer a fraca seleção de Honduras.

Espanha 2x0 Honduras



Não sei o que acontece com a Espanha. Por um momento, me passou pela cabeça que a tal maldição da Copa do Mundo acontece mesmo com a fúria, apesar da vitória tranquila na partida de hoje. Sem brincadeiras, se continuar perdendo gols como aconteceu contra Suíça e Honduras, a Espanha dificilmente vai conseguir sucesso, podendo até cair na primeira fase. O time toca bem a bola, cria chances de gol, mas jogadores experientes como Torres e Villa conseguem perder gols que até Martinez (um dos atacantes de Honduras) conseguiria fazer. Vicente Del Bosque, enfim, pôde escalar o ataque com Villa e Torres. Ele armou o time no mesmo 4-2-3-1 que havia utilizado contra a Suíça, com Villa e Navas mais abertos, Xavi centralizado e Fernando Torres como o homem de área. O time criou muito nos primeiros minutos, quando pressionou a saída de bola da seleção hondurenha e poderia ter feito uns três ou quatro gols. O juíz, por exemplo, deixou de dar dois pênaltis escandalosos, como é tradicional com a Espanha em Copas do Mundo. Quando o time vai bem, como em 34, 62 e 2002, a arbitragem sempre atrapalha. Dessa vez, pelo menos, o jogo era de primeira fase e dificilmente as trapalhadas do árbitro japonês vão fazer diferença na classificação final do grupo. Villa, que havia acertado o travessão em lindo chute de fora da área, foi o primeiro a balançar as redes, quando se livrou dos marcadores, entrou na área e fez uma pintura de gol. Com o placar em vantagem, todos imaginaram que a Espanha fosse deslanchar, talvez até fazer um goleada histórica. Mas Torres perdeu dois gols incríveis, assim como outros jogadores. Honduras é um time tão fraco, que os pontas espanhóis tinham total liberdade para construir as jogadas de ataque. Jesus Navas foi o responsável pelo passe para Villa acertar o chute da entrada da área, jogada que resultou no segundo gol da Espanha. Depois, Navas foi derrubado por Izaguirre dentro da área, mas Villa desperdiçou o pênalti, mandando para fora. No fim do jogo, Navas encontrou Villa na área, mas o novo atacante do Barcelona teve seu chute cortado pelo bom zagueiro Chavez. Enfim, acabou ficando um gostinho de quero mais para a Espanha, que apesar de ter dominado o jogo desde o início, ainda não jogou o que dela se espera. Contra o Chile na sexta, qualquer erro pode ser fatal. Um empate, por exemplo, pode eliminar a fúria, caso a Suíça consiga vencer Honduras. Para o bem do futebol, a fúria deveria seguir, pelo menos para encarar Brasil ou Portugal nas oitavas.

Números!

Eu gosto muito de números. Por isso, pesquisei em meus álbuns de figurinhas as tabelas das Copas de 98, 2002 e 2006 (desde que a competição passou a ser disputada por 32 seleções) para fazer algumas comparações com a edição atual. Vamos lá. Apesar de algumas classificações estarem praticamente certas, como a de Portugal e Argentina (por exemplo) e algumas seleções, que apesar de terem chances remotas, podemos quase afirmar que ficarão pelo caminho, como é o caso de Honduras e Costa do Marfim. Apenas Brasil e Holanda já estão garantidas, enquanto que Camarões e Coréia do Norte são as únicas matematicamente eliminadas. Ou seja, são 14 vagas para 28 seleções com chances na última rodada. Tudo bem que o Mundial de 2010 não teve tantos gols, como alguns outros, mas mostra bastante equilibrio. Em 1998, as seguintes seleções garantiram a classificação após a segunda rodada: Brasil, Romênia, França, Nigéria, Croácia e Argentina. Por outro lado, após realizarem o segundo jogo, estavam eliminadas: Arábia Saudita, EUA, Coréia do Sul, Tunísia, Jamaica e Japão. Portanto, apenas 20 seleções brigavam por dez vagas na última rodada. Em 2002, a Copa foi quase tão equilibrada como essa na primeira fase, afinal somente Brasil e Espanha conseguiram a vaga com antecedência. Por outro lado, cinco seleções já haviam desistido do sonho ainda na segunda rodada: Eslovênia, Polônia, Arábia Saudita, Nigéria e China. Ou seja, 25 seleções brigavam por 14 vagas na última rodada. Na Alemanha, em 2006, total desequilíbrio, fato que deixou a última rodada sem emoção. Oito seleções se garantiram com antecedência: Equador, Alemanha, Holanda, Argentina, Inglaterra, Brasil, Portugal e Espanha. Sete estavam eliminadas após o segundo jogo: Costa Rica, Polônia, Costa do Marfim, Paraguai, Sérvia e Montenegro, Irã, Togo. Números interessantes, afinal eram 8 vagas para 17 seleções que chegaram com chances matemáticas. Como eu já disse, dessa vez apenas duas classificadas e duas eliminadas, com 28 seleções brigando por 14 vagas. Ou seja, as médias de 1998 e 2010 são iguais, com cada vaga sendo disputada por duas seleções (em 1998 eram 20 para 10 vagas e em 2010 são 28 para 14 vagas).
Enfim, a segunda rodada terminou com 42 gols em 16 jogos, com uma média de 2.62 gols por jogo. A média geral, no entanto, é de 2.09, ainda é a pior de todos os tempos. Tudo culpa daqueles 25 gols da primeira rodada. Vamos então comparar as primeiras e segundas rodadas das Copas disputadas com 32 seleções:
1998 – 80 gols
2002- 81 gols
2006: 74 gols
2010: 67 gols

Agora olhando de forma positiva, se pegarmos somente a segunda rodada dessas edições do Mundial, veremos que os números são animados para 2010:
1998: 43 gols
2002: 35 gols
2006: 36 gols
2010: 42 gols

Enfim, amanhã a bola rola para a terceira e última rodada. Como tem muita gente na briga, a tendência é que a bola entre ainda mais e, quem sabe, essa média geral ultrapasse a da Copa de 90, considerada a pior de todos os tempos.

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