Espanha 1x0 Holanda. (Espanha- Campeã do Mundo 2010)
domingo, 11 de julho de 2010
A Espanha é, com merecimento, campeã do mundo de 2010. A Laranja, como ocorreu em 1974 e 1978, vendeu caro a derrota e, pela terceira vez, é vice-campeã do mundo. Na minha opinião, a tática de Bert Van Marwijk funcionou tão bem que a seleção holandesa voltou a disputar o título do Mundial depois de longos 32 anos. Foi um jogo muito equilibrado, pelo menos nos 90 minutos iniciais. A entrada de Fábregas nos minutos finais do tempo normal mudou a cara do jogo, praticamente foi decisiva para a vitória da fúria. Com o título, a Espanha espanta, de uma vez por todas, o fantasma de sempre “amarelar” nos momentos decisivos. Esse fantasma, com toda a justiça, agora persegue a Laranja, que perdeu as três finais de Copa que disputou. Não sabemos o que poderá acontecer no Brasil, em 2014. Mas a Espanha mudou de patamar, agora é uma potência do futebol, até maior que a Inglaterra, que só conquistou uma Copa (jogando em casa) e nada de Eurocopa. O futuro da Holanda, por outro lado, é incerto, apesar de que jogadores de destaque como Robben, Sneijder e Van Persie ainda terão idade para disputar o próximo Mundial.
O estádio Soccer City recebeu uma grande festa de encerramento, inclusive com a presença de Nelson Mandela, uma imagem marcante das histórias dos Mundiais. Depois de muita expectativa, Espanha e Holanda, enfim, entraram em campo para decidir o campeão do mundo. Pedro continuou escalado na ponta esquerda, com Villa isolado na frente. “La Roja” controlou a partida, nos minutos iniciais. Os jogadores holandeses não conseguiam marcar os espanhóis, que criaram as primeiras boas oportunidades de gols, uma delas em cabeçada de Sérgio Ramos, brilhantemente defendida pelo goleiro Stekelenburg. A Laranja, então, usou o “anti-jogo” como tática para evitar o toque de bola dos rivais. O problema é que, muitas vezes, essas faltas eram muito duras e não seria exagero que De Jong fosse expulso ainda no primeiro tempo, depois de entrada criminosa em Xabi Alonso. A Espanha entrou na onda, também passou a cometer faltas. O jogo, a partir daí, ficou truncado. A Holanda, aos poucos, começou a controlar as ações, apesar de não ser incisiva na hora de atacar. Somente no fim do primeiro tempo que a laranja criou uma grande chance, quando Robben fez sua jogada característica, chutou rasteiro, mas Casillas mandou para escanteio. Esse duelo particular entre Robben e Casillas continuaria na etapa final. Em um lance rápido, Sneijder lançou Robben, que teve a chance de abrir o placar no início do segundo tempo, mas Casillas saiu e Robben não conseguiu tirar totalmente do goleiro, que acabou salvando com os pés. Esse será um lance eternamente lamentado pelos fãs da seleção holandesa de futebol, assim como foi o gol perdido por Resenbrink contra a Argentina em 1978. Na hora, inclusive, eu comentei: a Holanda acaba de desperdiçar a chance de ser campeã do Mundo. Eu acredito que se o gol saísse naquele momento, seria muito complicado para a Espanha empatar, afinal a equipe de Vicent Del Bosque não consegue marcar gols com facilidade. É verdade que Sérgio Ramos e Villa ainda tiveram boas chances para a Espanha, mas Robben, em outro contra-ataque rápido, perdeu outra chance clara, ao se livrar da marcação de Puyol, mas a saída de Casillas impediu o gol do holandês. O jogo, então, foi para a prorrogação. A entrada de Fábregas foi a chave da vitória da fúria, que dominou os trinta minutos de tempo extra. Logo no início, o jogador do Arsenal teve chance tão clara como a de Robben, mas Stekelenburg, a exemplo de Casillas, saiu bem e fechou o ângulo, fazendo a defesa com o pé. Estava claro que só um detalhe decidiria o jogo. A Holanda, visivelmente esgotada, parecia esperar pela disputa de pênaltis, principalmente depois da justa expulsão de Heitinga, que impediu que Iniesta entrasse em condições de fazer o gol. Mas no finalzinho não teve jeito. Fábregas deu ótima assistência para Iniesta, que mandou para as redes, explodindo o grito de campeão preso na garganta dos espanhóis. Claro que ainda faltava um restinho de jogo, mas nem o mais fanático torcedor holandês acreditou que a equipe pudesse reverter o placar. A Espanha, merecidamente, comemorou muito o título inédito. Somente Alemanha e França haviam conseguido vencer Eurocopa e Copa do Mundo de forma consecutiva, não necessariamente nessa ordem. A Espanha venceu a Eurocopa 2008 e a Copa do Mundo de 2010. Portanto, esse é um título indiscutível para a história dessa grande equipe, que tem a base do Barcelona. Na Eurocopa 2012, Espanha e Holanda, sem dúvidas, entrarão como favoritas ao título.
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