sexta-feira, 11 de março de 2011
Dinamáquinas

Em 1979, o treinador alemão Sepp Piontek assume a seleção da Dinamarca, após a recente profissionalização do futebol no país. Em sete anos de trabalho, Piontek leva a seleção para sua primeira participação em Copas do Mundo. Mesmo com uma boa campanha na Euro-84, na qual chegou à fase de semi-final, nada se esperava de uma seleção estreante em Copas.
A vitória contra a Escócia (treinada por Alex Fergunson) colocou o time na liderança do Grupo E, que era completado por Uruguai e Alemanha. A próxima partida seria contra o time celeste, que possuía em seu elenco o craque platino, Enzo Francescoli, além do goleiro Rodolfo Rodríguez, do são-paulino Dario Pereyra e o eficiente meia Colorado Rubén Paz.
A Dinamarca abriu 2 x 0 ainda no primeiro tempo. Francescoli diminuiu de pênalti aos 45 minutos. O Uruguai foi para o vestiário crente que sofrera um pequeno susto, e que poderia reverter a situação no tempo complementar. Aos 7 minutos da segunda etapa o jovem promissor da Juventus, Michel Laudrup faz 3x1. O artilheiro Elkjær Larsen faz mais dois (já tinha feito o primeiro gol da partida aos 11 minutos) e o jogador do Manchester United, Jesper Olsen finaliza a goleada histórica. 6x1 nos celestes bicampeões mundiais.

Dinamarca classificada para a segunda fase do torneio. Com todos os pontos aproveitados, 3 vitórias históricas e com a torcida de boa parte do mundo. Jogaria contra a Espanha, segunda colocada no Grupo D, que tinha Brasil, Irlanda do Norte e Argélia.
A Dinamarca era a favorita. Tinha um time melhor. Mas a tarde de 18 de junho foi de Emilio Butragueño, na época um jovem de 22 anos, futura lenda do Real Madrid. A Dinamarca saiu na frente com J. Olsen, mas no final do primeiro tempo, Butragueño empata pra Fúria. No segundo tempo, o jovem do Madrid faria mais 3 gols e com outro gol anotado por Goikoetxea, a Dinamáquina é eliminada pelos espanhóis, segunda vez em dois anos. Os craques Michael Laudrup, Allan Simonsen, Elkjær Larsen voltam pra casa mais cedo, muito cedo.
Com campanhas fracas na Eurocopa de 1988, e na eliminatória pra Copa de 1990(na qual não se classificou) e com a iminente saída do técnico Piontek, a Dinamáquina, e toda sua geração parecia ser mais um sonho de verão, destes que costumam aparecer em tempos de Copas.
Em 1990, Piontek foi substituído pelo treinador-assistente Moller Nielsen. Na Euro de 1992, a Dinamarca perde sua vaga para a Seleção da Iugoslávia, porém, num ato de pura magia futebolística, a UEFA suspende a participação da Iugoslávia, devido à guerra que acontecia na região, e a Dinamarca entra na competição. Porém, seu maior jogador não participaria. Michael Laudrup ficou de fora da convocação da equipe devido a desavenças com o técnico Nielsen. Mas o DNA da família Laudrup estaria presente nas veias do caçula Brian Laudrup, jogador do Bayern de Munique.
Na Euro-92, com uma vitória, um empate e uma derrota, a Dinamarca se classificaria em segundo lugar, atrás da Suécia (que ficaria em 3º lugar na Copa de 1994). Após um empate em 2x2 contra a atual campeã européia Holanda, o time de Nielsen passa para a final da competição, após Van Basten ser o único a errar na disputa de pênalti.
A final da Euro seria contra a Alemanha, na época bicampeã européia. No dia 26 de junho de 1992, com uma vitória de 2x0 a Dinamarca entra para a história como campeã européia. Seu único triunfo, e sem sua maior estrela. Mas com um dos maiores goleiros da história, o Grande Dinamarquês, mito do Manchester United: Peter Schmeichel, que defendeu o pênalti de Van Basten na Semi-Final.
Não se classificou para a

Em 1998, veio o fim da 2ª parte da melhor geração do futebol dinamarquês. Com campanha razoável na primeira fase, com uma vitória sobre a Arábia Saudita, empate contra África do Sul e derrota frente à anfitriã França, se classificou em Segundo Lugar no Grupo C. Nas Oitavas de Final, enfrentou a forte seleção da Nigéria (que eliminara a Espanha, com uma falha histórica de Zubizarreta) e goleou por 4x1.
Superando a sua única participação anterior em Copas, o time, que desta vez reuniu os irmãos Laudrup, o lendário Schmeichel, e o jovem Martin Jorgensen da Udinese, foi eliminado pelo Brasil após uma derrota por 3x2, numa das melhores partidas do torneio.
Engrenagens da Máquina:
Allan Simonsen:

Apesar da participação pequena na campanha da Dinamáquina em 1986, Allan Simonsen foi, ao lado de Schmeichel, o mais bem sucedido futebolista dinamarquês.Foi peça fundamental do histórico time do Borussia Mönchengladbach na década de 1970. Foi bicampeão da atual Copa da Uefa (atual Liga Europa) em 1974/75 e 1978/79. Tricampeão alemão entre 1974/75 a 1976/77, e vice-campeão da Liga dos Campeões em 1976/77 perdendo para o Liverpool na Final. Nesta mesma temporada, 1976/77, ganharia a bola de ouro européia.
Em 1979 iria para o Barcelona, mas os tempos na equipe da Catalunha não eram dos melhores. Passaria pelo Charlton Athletic antes de se aposentar no Vejle Boldklub, clube de sua cidade natal.
Michael Laudrup:
Nasceu em 1964, começo

Na equipe catalã, fez parte do Dream Team de Cruyff, e junto com Ronald Koemam e Stoichkov, os, agora, 3 estrangeiros permitidos, levantaram a Liga dos Campeões em 1992, contra a Sampdoria e quatro títulos consecutivos da Liga Nacional. Com a contratação de Romário, foi deixado de lado, e, insatisfeito com o tratamento seria vendido para o Real Madrid. Conseguiria pelo clube da capital, seu quinto título nacional seguido. O Real entrou em crise, e por conta da cota de estrangeiros foi vendido pro Japão para a entrada do craque Croata Davor Suker. Retornou do Japão para se aposentar como jogador do Ajax, clube que quisera contratá-lo aos 13 anos.
Atualmente, Michael Laudrup é treinador do Mallorca.
Elkjær Larsen:
Nascido em 1957, Elkjaer Larsen começou a carreira no pequeno Vanlose, e se transferiu em pouco tempo para o alemão Colônia. Foi campeão alemão da temporada 1977/1978 e foi vendido para Lokeren da Bélgica.

Pelo time belga, permaneceu por 6 temporadas. Chegou a marca de 98 gols na liga nacional. Foi vice-campeão belga na temporada 1980/1981, entrou na história do clube, e foi vendido em 1984 para o Hellas Verona.
Na Itália, fez história ao conquistar o scudetto de 1984/85, ficou em 3º lugar no prêmio Bola de Ouro em 1984 e em 2º no ano seguinte, perdendo para Platini nas duas ocasiões.
Brian Laudrup:

Não queria retornar para Fiorentina, que havia retornado à Serie A, e foi vendido para o Glasgow Rangers. Na Escócia, recuperou o sucesso, e ganhou 3 ligas nacionais durante 4 temporadas.
Foi para a Copa de 1998 ao lado do irmão, e com um elenco forte, conseguiu uma boa campanha, chegando às quartas-de-final, eliminado pelo Brasil, e foi um dos destaques do torneio.
Após a Copa, foi jogar no Chelsea, Copenhague e Ajax (substituindo o recém aposentado Michael Laudrup). Aposentou-se em 2000, aos 31 anos, devido a lesões.
Peter Schmeichel:
Peter Schmeichel sempre estará numa lista dos maiores goleiros da história. Se destacou no

Foi apelidado de “The Great Dane” ( O Grande Dinamarquês), e será lembrado pelos milagres produzidos a partir da sua extraordinária elasticidade. Ganhou 5 Premier Leagues e 3 FA Cups pelos Red Devils .
Jogou ainda pelo Sporting, no Aston Villa e no rival Manchester City.
Por Frederico Machado.
Muito bom o blog, parabéns!
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