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sexta-feira, 11 de março de 2011

Dinamáquinas

México, 4 de Junho de 1986. 13ª Copa do Mundo. Grupo E. Estádio Neza 86. Dinamarca contra Escócia. Resultado: 1 x 0, gol de Elkjær Larsen(campeão do scudetto 84/85 pelo Hellas Verona), vitória da Dinamarca. Este foi o começo do lendário time Dinamarquês que surpreendeu o mundo na Copa do México, e que conquistou a Eurocopa em 1992.

Em 1979, o treinador alemão Sepp Piontek assume a seleção da Dinamarca, após a recente profissionalização do futebol no país. Em sete anos de trabalho, Piontek leva a seleção para sua primeira participação em Copas do Mundo. Mesmo com uma boa campanha na Euro-84, na qual chegou à fase de semi-final, nada se esperava de uma seleção estreante em Copas.

A vitória contra a Escócia (treinada por Alex Fergunson) colocou o time na liderança do Grupo E, que era completado por Uruguai e Alemanha. A próxima partida seria contra o time celeste, que possuía em seu elenco o craque platino, Enzo Francescoli, além do goleiro Rodolfo Rodríguez, do são-paulino Dario Pereyra e o eficiente meia Colorado Rubén Paz.

A Dinamarca abriu 2 x 0 ainda no primeiro tempo. Francescoli diminuiu de pênalti aos 45 minutos. O Uruguai foi para o vestiário crente que sofrera um pequeno susto, e que poderia reverter a situação no tempo complementar. Aos 7 minutos da segunda etapa o jovem promissor da Juventus, Michel Laudrup faz 3x1. O artilheiro Elkjær Larsen faz mais dois (já tinha feito o primeiro gol da partida aos 11 minutos) e o jogador do Manchester United, Jesper Olsen finaliza a goleada histórica. 6x1 nos celestes bicampeões mundiais.

A próxima partida seria contra a temível Alemanha, sempre perigosa em qualquer torneio de Futebol. Dessa vez o time de Franz Beckenbauer sairia derrotado contra uma sensação da Copa (havia ganhado do Carrossel Holandês na final de 1974). 2 x 0, gols de Jesper Olsen e Eriksen.
Dinamarca classificada para a segunda fase do torneio. Com todos os pontos aproveitados, 3 vitórias históricas e com a torcida de boa parte do mundo. Jogaria contra a Espanha, segunda colocada no Grupo D, que tinha Brasil, Irlanda do Norte e Argélia.

A Dinamarca era a favorita. Tinha um time melhor. Mas a tarde de 18 de junho foi de Emilio Butragueño, na época um jovem de 22 anos, futura lenda do Real Madrid. A Dinamarca saiu na frente com J. Olsen, mas no final do primeiro tempo, Butragueño empata pra Fúria. No segundo tempo, o jovem do Madrid faria mais 3 gols e com outro gol anotado por Goikoetxea, a Dinamáquina é eliminada pelos espanhóis, segunda vez em dois anos. Os craques Michael Laudrup, Allan Simonsen, Elkjær Larsen voltam pra casa mais cedo, muito cedo.
Com campanhas fracas na Eurocopa de 1988, e na eliminatória pra Copa de 1990(na qual não se classificou) e com a iminente saída do técnico Piontek, a Dinamáquina, e toda sua geração parecia ser mais um sonho de verão, destes que costumam aparecer em tempos de Copas.

Em 1990, Piontek foi substituído pelo treinador-assistente Moller Nielsen. Na Euro de 1992, a Dinamarca perde sua vaga para a Seleção da Iugoslávia, porém, num ato de pura magia futebolística, a UEFA suspende a participação da Iugoslávia, devido à guerra que acontecia na região, e a Dinamarca entra na competição. Porém, seu maior jogador não participaria. Michael Laudrup ficou de fora da convocação da equipe devido a desavenças com o técnico Nielsen. Mas o DNA da família Laudrup estaria presente nas veias do caçula Brian Laudrup, jogador do Bayern de Munique.
Na Euro-92, com uma vitória, um empate e uma derrota, a Dinamarca se classificaria em segundo lugar, atrás da Suécia (que ficaria em 3º lugar na Copa de 1994). Após um empate em 2x2 contra a atual campeã européia Holanda, o time de Nielsen passa para a final da competição, após Van Basten ser o único a errar na disputa de pênalti.

A final da Euro seria contra a Alemanha, na época bicampeã européia. No dia 26 de junho de 1992, com uma vitória de 2x0 a Dinamarca entra para a história como campeã européia. Seu único triunfo, e sem sua maior estrela. Mas com um dos maiores goleiros da história, o Grande Dinamarquês, mito do Manchester United: Peter Schmeichel, que defendeu o pênalti de Van Basten na Semi-Final.

Não se classificou para a Copa de 1994, ficando um ponto atrás do algoz Espanha, e sendo eliminada na primeira fase da Eurocopa de 1996, em que a Alemanha se tornou tricampeã.
Em 1998, veio o fim da 2ª parte da melhor geração do futebol dinamarquês. Com campanha razoável na primeira fase, com uma vitória sobre a Arábia Saudita, empate contra África do Sul e derrota frente à anfitriã França, se classificou em Segundo Lugar no Grupo C. Nas Oitavas de Final, enfrentou a forte seleção da Nigéria (que eliminara a Espanha, com uma falha histórica de Zubizarreta) e goleou por 4x1.

Superando a sua única participação anterior em Copas, o time, que desta vez reuniu os irmãos Laudrup, o lendário Schmeichel, e o jovem Martin Jorgensen da Udinese, foi eliminado pelo Brasil após uma derrota por 3x2, numa das melhores partidas do torneio.

Engrenagens da Máquina:

Allan Simonsen:

Apesar da participação pequena na campanha da Dinamáquina em 1986, Allan Simonsen foi, ao lado de Schmeichel, o mais bem sucedido futebolista dinamarquês.Foi peça fundamental do histórico time do Borussia Mönchengladbach na década de 1970. Foi bicampeão da atual Copa da Uefa (atual Liga Europa) em 1974/75 e 1978/79. Tricampeão alemão entre 1974/75 a 1976/77, e vice-campeão da Liga dos Campeões em 1976/77 perdendo para o Liverpool na Final. Nesta mesma temporada, 1976/77, ganharia a bola de ouro européia.
Em 1979 iria para o Barcelona, mas os tempos na equipe da Catalunha não eram dos melhores. Passaria pelo Charlton Athletic antes de se aposentar no Vejle Boldklub, clube de sua cidade natal.

Michael Laudrup:

Nasceu em 1964, começou a carreira no Brondby. Permaneceu no time dinamarquês durante uma temporada e foi contratado pela gigante Juventus. Devido a regra da época que limitava apenas 2 jogadores estrangeiros no elenco (no caso da Juventus, Platini e Boniek) Laudrup foi repassado pra Lazio, que vivia uma fase ruim. Em 1985, a venda do polonês Boniek para a Roma possibilitou a vinda de Laudrup para o time que detinha o título de campeão europeu. No fim de 1985 ganharia o mundial interclubes contra o Argentinos Juniors. Com a aposentadoria de Platini em 1987, Laudrup herdou o posto de craque do time. Não foi bem nas temporadas seguintes, dominadas pelo Napoli, de Maradona, Milan, de Van Basten e Inter, de Matthäus. Acabou se trasferindo para o Barcelona.

Na equipe catalã, fez parte do Dream Team de Cruyff, e junto com Ronald Koemam e Stoichkov, os, agora, 3 estrangeiros permitidos, levantaram a Liga dos Campeões em 1992, contra a Sampdoria e quatro títulos consecutivos da Liga Nacional. Com a contratação de Romário, foi deixado de lado, e, insatisfeito com o tratamento seria vendido para o Real Madrid. Conseguiria pelo clube da capital, seu quinto título nacional seguido. O Real entrou em crise, e por conta da cota de estrangeiros foi vendido pro Japão para a entrada do craque Croata Davor Suker. Retornou do Japão para se aposentar como jogador do Ajax, clube que quisera contratá-lo aos 13 anos.

Atualmente, Michael Laudrup é treinador do Mallorca.

Elkjær Larsen:

Nascido em 1957, Elkjaer Larsen começou a carreira no pequeno Vanlose, e se transferiu em pouco tempo para o alemão Colônia. Foi campeão alemão da temporada 1977/1978 e foi vendido para Lokeren da Bélgica.

Pelo time belga, permaneceu por 6 temporadas. Chegou a marca de 98 gols na liga nacional. Foi vice-campeão belga na temporada 1980/1981, entrou na história do clube, e foi vendido em 1984 para o Hellas Verona.

Na Itália, fez história ao conquistar o scudetto de 1984/85, ficou em 3º lugar no prêmio Bola de Ouro em 1984 e em 2º no ano seguinte, perdendo para Platini nas duas ocasiões.

Brian Laudrup:

Enquanto seu irmão brilhava no México, Brian começava sua carreira no mesmo Brondby. Seu sobrenome sempre teve um peso a mais, e já em 1987 debutava pela seleção nacional. Se transferiu para a Alemanha no final da década de 1980. Ajudou o pequeno e provincial Bayer Uerdingen a permanecer na 1ª Divisão e chamou a atenção do poderoso Bayern de Munique. Em duas temporadas pelo time, Laudrup não conseguiu nada notável, sofreu uma lesão grave no joelho e foi vendido no verão de 1992 para a Fiorentina.Mas antes seria convocado para a Eurocopa de 1992, na qual, sem a presença de seu irmão, teve papel fundamental na conquista.Em alta após a conquista da Euro, chegou à Florença com status de craque, mas viveu um inferno quando o time, que contava com Batistuta, foi rebaixado para a 2ª divisão. Foi emprestado para o Milan, e foi campeão Europeu em 1994, contra o Barcelona do irmão Michael, porém ambos não foram relacionados para a final, preteridos por outros jogadores estrangeiros. Apesar do título, sua passagem por Milão foi ruim, figurando na maioria das vezes no banco de reservas da equipe.
Não queria retornar para Fiorentina, que havia retornado à Serie A, e foi vendido para o Glasgow Rangers. Na Escócia, recuperou o sucesso, e ganhou 3 ligas nacionais durante 4 temporadas.

Foi para a Copa de 1998 ao lado do irmão, e com um elenco forte, conseguiu uma boa campanha, chegando às quartas-de-final, eliminado pelo Brasil, e foi um dos destaques do torneio.
Após a Copa, foi jogar no Chelsea, Copenhague e Ajax (substituindo o recém aposentado Michael Laudrup). Aposentou-se em 2000, aos 31 anos, devido a lesões.

Peter Schmeichel:

Peter Schmeichel sempre estará numa lista dos maiores goleiros da história. Se destacou no mesmo Brondby dos irmãos Laudrup, ganhando 4 campeonatos dinamarqueses. Foi contratado pelo Manchester United em 1991, foi elemento essencial nas primeiras glórias de Alex Ferguson pelo clube, e só deixou o clube em 1999, com a conquista heróica da Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique.

Foi apelidado de “The Great Dane” ( O Grande Dinamarquês), e será lembrado pelos milagres produzidos a partir da sua extraordinária elasticidade. Ganhou 5 Premier Leagues e 3 FA Cups pelos Red Devils .

Jogou ainda pelo Sporting, no Aston Villa e no rival Manchester City.

Por Frederico Machado.

1 comentários:

Retrato na Parede 11 de março de 2011 às 19:24  

Muito bom o blog, parabéns!

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