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Angola 2010- uma tragédia anunciada?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Craque Adebayor em estado de choque, após ônibus de Togo ser metralhado em Cabinda
Depois de atentado terrorista contra a seleção de Togo, a Copa Africana vai acontecer. Deus os proteja!

Hoje gostaria de estar aqui falando de uma boa expectativa do sofrido povo angolano de receber pela primeira vez a Copa Africana de Nações. Mas acontece justamente o contrário! Um país, que por 27 anos viveu uma guerra civil sangrenta, parecia enfim respirar aliviado após um acordo de paz em 2002. E um prêmio para essa “paz de fachada” foi dado: a organização do maior torneio de futebol do continente africano. Foram escolhidas então as quatro sedes: Luanda, Benguela, Lubango e Cabinda. Tudo bem com as três primeiras, mas a última província citada, luta desde 1975 para se separar de Angola. E justamente em um torneio onde as atenções do mundo (afinal a África recebe nesse ano a Copa do Mundo) estão voltadas para Angola, os organizadores decidem colocar Cabinda na lista de sedes escolhidas. Lamentável! Não estou aqui para fazer sensacionalismo, nem para defender lado A ou B. Acho, inclusive, que todo mundo tem culpa no cartório. Mas demagogia tem limite!
As outras três seleções que mandarão os jogos em Cabinda na primeira fase (Burkina Faso, Costa do Marfim e Gana) obedeceram todas as regras de segurança e “até agora” não tiveram problemas. Togo, por outro lado, resolveu treinar na República do Congo e seguir de ônibus para Cabinda, um território rico em petróleo e que não tem fronteiras em comum com Angola. Erro amador! A FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda) contesta o direito de independência de um território com diferenças culturais e econômicas de Angola. O que ocorre é uma luta de guerrilha nessa província! Tudo bem que nos últimos anos, alguns passos importantes foram dados para o entendimento entre as partes. Mas como toda guerrilha, dentro das selvas muitos grupos contrários a um acordo de paz ainda lutam pela independência da região. E metralhar um ônibus com a delegação de Togo, com um jogador do nível de Adebayor lá dentro, daria a guerrilha uma repercussão jamais vista. Aí ficam algumas dúvidas: será que esses “atentados terroristas” que poderiam ter dizimado a seleção de Togo pararam por aí? Ou os organizadores precisam ver um craque morrer para cancelar a competição ou, no mínimo, transferir os jogos de Cabinda para outra sede?
O motorista, um assessor de imprensa e um assistente técnico morreram no ataque dos rebeldes separatistas. Dois jogadores (Obilalé e Akakpo) foram baleados e continuam no hospital. Em vídeos que rodam na internet, aparece Adebayor chorando em pânico. Ainda não é oficial, mas vários meios de comunicação já afirmam que Togo desistiu da disputa da Copa Africana. Nada mais justo, afinal o time não encontraria condições psicológicas e nem segurança para disputar o torneio. Os togoleses tentam agora convencer as outras seleções do grupo B a desistirem da competição. Caso isso não ocorra, o grupo deve ficar com três seleções. De qualquer forma, como já disse aqui, todo mundo tem sua parcela de culpa. A segurança deveria ser mais reforçada, pois houve ameaças do grupo terrorista antes do episódio acontecer. Jamais poderiam ter escolhido uma região de guerrilha para sediar o torneio. Togo deveria ter seguido o exemplo dos rivais e não ter ido de ônibus para Cabinda. E quanto aos guerrilheiros, nada a dizer. Afinal se trata de pessoas presas a fundamentalismos políticos, que comemoram o sucesso de seus feitos. De qualquer forma, é hora das Forças Armadas Angolanas darem um fim nisso ou então reaver esse “acordo de fachada”.

Falando de futebol

A maior competição de seleções da África começou a ser disputada no longínquo ano de 1957 no Sudão, terminando com o título do Egito. A partir de 1968, a competição passou a ser disputada de dois em dois anos em um único país sede, exceto em 2000 quando Nigéria e Gana dividiram a organização do torneio. Ao todo, o Egito soma seis títulos continentais, sendo hegemonia na África. Além disso, os egípcios defendem um inédito Tri campeonato, já que são os vencedores das duas últimas edições. Em toda a história, apenas Egito (vencedor em 1957/1959 e 2006/2008) e Camarões (vencedor em 2000/2002) conquistaram títulos consecutivos. Camarões e Gana venceram a competição quatro vezes, Nigéria e República Democrática do Congo (uma vez ainda como Zaire) conquistaram duas, enquanto que Argélia, Costa do Marfim, Etiópia, Marrocos, República do Congo, África do Sul, Tunísia e Sudão venceram uma vez.
Estádio de Chiazi, em Cabinda!
Estádio de Ombaka, em Benguela!
Estádio de Tundavala, em Lubango!
Estádio 11 de Novembro, em Luanda! Palco do jogo de abertura e da grande decisão da Copa Africana 2010!

A seleção local ganhou reconhecimento internacional após conseguir classificação para a disputa da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Embora tenha sido eliminada na primeira fase, o saldo final de dois empates e uma derrota magra para Portugal não foi considerado uma tragédia para um time que apenas estreava em uma competição do nível da Copa do Mundo. O lendário Akwa, principal nome do time em 2006, já não atua mais pela seleção, enquanto que Mantorras luta contra uma lesão no joelho que não o deixa seguir carreira. Sem seus dois grandes nomes, a aposta é Flávio (o autor do único gol angolano na Copa de 2006) para não fazer feio em casa. O primeiro adversário de Angola será a seleção de Mali, que ainda não se firmou entre as grandes seleções africanas, mas conta com nomes importantes em grandes clubes da Europa: Kanouté (Sevilha), Sedou Keita (Barcelona) e Mahamadou Diarra (Real Madri). A Argélia, que disputará o Mundial na África do Sul, também está no Grupo A. As “raposas do deserto” conseguiram um grande feito ao tirar a favorita seleção do Egito da Copa do Mundo e por isso é cotada como a principal força desse grupo. Os argelinos possuem uma equipe jovem, com média de 22 anos, sendo que alguns dos titulares atuam no futebol europeu. A experiência de Saifi (um dos maiores artilheiros da seleção), de Mansouri (meia e capitão) e do goleiro Chaouchi mesclada com a juventude é o maior trunfo desse time para voltar a conquistar o título. Já Maláui deve ser o saco de pancadas do grupo.
A Costa do Marfim é considerada pela maioria dos críticos como a seleção mais forte do continente. Nomes como Drogba, Eboue, Zokora, Kolo Toure, Salomon Kalou, entre outros, são famosos no Velho Continente. Para mim, são favoritos incontestáveis ao título. No mesmo patamar coloco Gana, que também faz parte do grupo B. Os ganeses também têm bons valores e, ao contrário da Costa do Marfim, conseguiram se classificar para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2006, ao eliminarem EUA e República Tcheca. As “estrelas negras” têm em Appiah e Essien a espinha dorsal do time. Isso sem citar outros nomes como Muntari, Mensah e companhia. O grupo B ainda teria a participação de Togo, do artilheiro Adebayor, que poderia atrapalhar os grandes. No entanto, uma tragédia dois dias antes do início da Copa Africana (ler o início do texto) fez com que a seleção de Togo desistisse de participar do torneio. Cabe então a jovem seleção de Burkina Faso incomodar Gana e Costa do Marfim. Kabore e Pitroipa são os principais nomes do time que se dará por satisfeito se der trabalho para os concorrentes.
O Egito é a seleção africana que conseguiu os melhores resultados nos últimos quatro anos, embora não consiga classificação para a Copa do Mundo desde 1990 e recentemente tenha sido eliminado pela Argélia na tentativa de disputar a Copa de 2010. Os “faraós” têm em sua base vários jogadores do Al Ahly, o que proporciona maior entrosamento da seleção. O ataque formado por Zidan e Zaki que atuam na Alemanha e Inglaterra respectivamente, é muito veloz e incomoda qualquer adversário. A Nigéria também faz parte do grupo B. Muitos não acreditavam na classificação dos nigerianos para a Copa, mas uma surpreendente reviravolta na última rodada causou a eliminação da Tunísia e a classificação dos nigerianos. A experiência de Kanu e Yobo, aliada a nomes como Mikel, Oba Oba Martins e Makiwna colocam a Nigéria como candidata a fazer bom papel, quem sabe brigando pelo título. As seleções de Moçambique e Benin tentam surpreender, mas sem grandes destaques individuais as perspectivas desses times são de fazer um papel honrado.
Após ficar ausente da Copa de 2006, Camarões busca a redenção e tenta voltar a conquistar bons resultados no futebol mundial. Começar o ano com o título da Copa Africana é o objetivo do time que ainda tem em Samuel Eto’o o seu maior destaque. Os “leões indomáveis”, assim como Gana, Costa do Marfim, Nigéria e Egito, entram como favoritos ao título. Gabão, que tem em Daniel Ausin o seu principal nome, entra com esperanças de lutar por uma vaga, apesar da concorrência de uma velha de guerra: a Tunísia. Os tunisianos, apesar de apenas 1 título da Copa da África, têm história em Mundiais. Vale lembrar que foi a Tunísia que conquistou a primeira vitória de uma seleção do continente em Copas do Mundo, quando venceram o México, em 1978. No grupo D, também está à seleção de Zâmbia, de Sinkala e Catongo, e que não tem grandes pretensões na competição.

3 comentários:

Macaco Pipi 9 de janeiro de 2010 às 10:32  

o mundo tá acabando faz tempo...

BRUNO 9 de janeiro de 2010 às 10:33  

Parabens!!!
muito bm feito este blog, com noticias e eventos sobre acopa.

FabioZen 18 de janeiro de 2010 às 04:53  

Parabens pelo blog,Tenho certeza que essa Copa vai ser especial,principalmente pelos africanos serem muito "coração"como nós tbm somos.

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