Egito e Gana decidem Copa Africana de Nações!
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
A dupla funcionou novamente. Em cobrança de escanteio, Kwadwo Asamoah levanta e Gyan manda para as redes. Aproveitamento de Gana é excelente, já que a equipe pouco ameaça seus adversários e sempre acha um golzinho. Aos trancos e barrancos, os "estrelas negras" estão na Final da CAN 2010!
O zagueiro argelino Halliche recebe segundo amarelo e, consequentemente, o cartão vermelho, após cometer pênalti em Meteeb. O lance, no fim do primeiro tempo, foi crucial para a Argélia, que fazia jogo equilibrado com o Egito até então. Como consequência, nervosismo dos argelinos e outras duas expulsões no segundo tempo, além de uma histórica derrota pelo elástico placar de 4x0 para o maior rival dos últimos tempos.
O Egito goleou a Argélia por 4x0 e está na decisão da Copa Africana de Nações. Para os faraós, o resultado tem um sabor muito especial, afinal foi graças aos argelinos que o Egito ficou de fora da Copa do Mundo. Vale ressaltar, porém, que a Argélia foi superior no ano passado, com duas vitórias e uma derrota nos confrontos diretos com o Egito, eliminando assim qualquer teoria de “sorte” para justificar a classificação das raposas do deserto. A palavra mais certa para definir um vencedor nos últimos confrontos entre essas duas seleções é competência, que foi justamente o que o Egito teve na partida de hoje. O resultado elástico, por outro lado, foi conseqüência da incompetência da Argélia, causada pelo nervosismo de uma equipe considerada fria.
Uma batalha! As duas seleções entraram nervosas em campo, até mesmo pelo contexto que envolve o confronto, marcado por violência entre as torcidas no ano passado. Por um lado, o temor de perder novamente para um rival engasgado na garganta. Por outro, a responsabilidade de frear o maior vencedor da Copa Africana de Nações. Naturalmente, um início de jogo tenso com as duas equipes se estudando muito e preferindo não se arriscarem. O lateral esquerdo Belhadj, da seleção argelina, foi um dos destaques do jogo contra a Costa do Marfim, por apoiar bastante e construir jogadas inteligentes. Como nada é perfeito, o jogador peca na marcação. Por isso, Al Muhamadi (o lateral direito egípcio) encontrou uma avenida pelas costas do argelino e dali que saíram as melhores jogadas do Egito nos primeiros 20 minutos de jogo. Essa história teria final infeliz para o jogador da Argélia, que reagiu as “ameaças” do egípcio com falta violenta, na metade do segundo tempo. Belhadj levou vermelho direto! Voltando ao primeiro tempo, apesar de movimentado, foram poucas as chances claras de gol. Aos 25 minutos, Meteeb, após passe de Zidan, disparou um lindo chute, mas o goleiro Chaouchi mandou para escanteio. A partida continuou no mesmo ritmo, um lá e cá meio sem graça, até que a história da batalha começou a ser decidida aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o zagueiro argelino Halliche foi amarelado após falta no goleiro El Hadarry. Se você está se perguntando o que um simples cartão amarelo tem haver com o desfecho do jogo, irá compreender agora. Aos 36 minutos, Halliche furou após lançamento para Meteeb. O jogador dos “faraós” correu livre em direção ao gol e Halliche tentou tirar a bola, mas acabou derrubando o atacante egípcio. Pênalti para o Egito! Segundo cartão amarelo (vermelho) para Halliche! Hosny, aos 39 minutos, cobrou com paradinha, para a revolta do goleiro Chaouchi. Enquanto o arqueiro argelino cavava sua própria cova (recebeu o primeiro amarelo ao peitar o árbitro), os “faraós” comemoravam o gol, que deu início a uma sonhada revanche. Assim terminou o primeiro tempo!
Com um jogador a menos, o técnico argelino recuou o lateral direito Yahia para fazer dupla de zaga com Bougherra. Precisando do resultado, a Argélia teve maior volume de jogo no início da segunda etapa, mas esbarrou na forte marcação do Egito. A única chance mais clara aconteceu aos 15 minutos, quando El Hadary defendeu falta cobrada por Yebda. Para o Egito (especialista em contra-ataques) nada melhor do que o adversário com um jogador a menos e precisando do resultado. E foi assim, recuperando a bola e armando contra-ataques rápidos, que o Egito desestabilizou a Argélia e partiu para a goleada. Aos 20 minutos, um lindo gol de Zidan, que entortou a defesa argelina para mandar no ângulo do goleiro. Com isto, os jogadores argelinos perderam a esportiva e passaram dar pontapés desnecessários. Belhadj, como já disse, levou vermelho aos 25. Antes de receber o segundo cartão amarelo, após chutar o adversário com o jogo já paralisado pelo árbitro, o goleiro Chaouchi ainda levou um gol esquisito de Abdelshafi. Já com Zemmamouche no gol, a Argélia levaria o quarto aos 47 minutos do segundo tempo, marcado pelo talismã egípcio Gedo. O fim do jogo foi inusitado, afinal eram 10 egípcios contra 7 argelinos na linha. E foi justamente o nervosismo dos argelinos que facilitou muito a vida dos egípcios. No futuro, ninguém se lembrará que a Argélia teve três jogadores de defesa expulsos, mas sim do placar de 4x0. Méritos para o Egito, que deitou e rolou, realizando o sonho da vingança. No sábado, a Argélia disputa o terceiro lugar contra a Nigéria. Domingo, o Egito pode fazer história e conquistar um inédito Tri da CAN. Além disso, caso vença Gana, a seleção egípcia chegará ao sétimo título da competição.
Um pouco mais cedo, em Luanda, Gana derrotou a Nigéria por 1x0 e luta pela conquista do penta-campeonato no próximo Domingo. Como já era esperado, até pelo que as equipes apresentaram até agora, foi um jogo truncado e faltoso. As “super águias” não mudaram sua postura e continuam carentes de um setor de criação. Shaibu Amodu manteve os dois pontas, com Oba Oba Martins centralizado. A entrada de Martins no lugar de Yakubo deu mais movimentação ao ataque, mas a falta de inspiração dos dois pontas e a falta de aproximação dos três volantes deixou um vazio no meio de campo da equipe, como sempre. Sem querer ser repetitivo, a jovem seleção ganesa também não mudou nada e continuou apresentando um futebol pobre e pragmático. Aos 21 minutos, após cruzamento em cobrança de escanteio de Kwadwo Asamoah, Gyan subiu para cabecear e mandar para as redes. Com a vantagem no marcador, Gana se soltou um pouco mais e teve chance de ampliar com o próprio Gyan, que mandou por cima do gol. Aos 27 minutos, a Nigéria teve sua melhor oportunidade no jogo, quando Odemwingie chutou mal, mas a bola bateu em Martins que ficou sozinho com o goleiro Kingson. Oba Oba chutou bem, mas o goleiro dos estrelas negras fez uma complicada defesa. Quando Opoku saiu contundido, ficou clara a intenção de Milovan Rajevac, que sacou o atacante para colocar o meia Draman. Na segunda etapa, Sarpei deixou o campo machucado e também é dúvida para a grande decisão de Domingo. A Nigéria manteve o domínio da posse de bola, mas como aconteceu em toda a Copa Africana, não conseguiu ter efetividade em suas jogadas ofensivas. Tanto nigerianos, quanto ganeses estão com seleções fracas na CAN 2010! No caso de Gana, as coisas devem melhorar, já que vários jogadores de renome internacional ficaram de fora da competição. Quanto à Nigéria, cada vez me dá mais a impressão de que pode ficar até em último lugar em seu grupo na Copa do Mundo, afinal uma equipe que depende de um volante (Mikel) para assumir a camisa 10 e criar as jogadas, não consegue ter futuro em competições mais qualificadas. Passar por Zâmbia, Moçambique e Benin é fácil, mas a Nigéria perdeu para Egito e para os jovens de Gana. Com esse futebol, difícil imaginar que ganham de Coréia do Sul, Grécia e Argentina. Apesar de tudo, é preciso elogiar a defesa nigeriana, que é muito segura, apesar da ausência de Yobo. Quanto ao segundo tempo, as melhores chances foram da Nigéria, porém desperdiçadas pela falta de pontaria dos atacantes, sobretudo de Oba Oba Martins e Obasi. No desespero, Shaibu Amodu congestionou o time de atacantes, mas sem sucesso, já que eles mais bateram cabeça do que ameaçaram o gol de Kingson. Além de tudo, faltou armação. Mikel até que foi um herói e lutou muito, chegando a criar algumas jogadas, mas mal concluídas pela apática turma da frente. No fim, 1x0 mantido para a tristeza da parte verde do estádio 11 de Novembro! Pelo lado de Gana, três vitórias por 1x0 levaram o time para a disputa da grande decisão. É importante lembrar que em todos os jogos, inclusive contra Burkina Faso, Gana jogou muito mal, sempre se prostrando na defesa e parando muito os adversários com faltas. É difícil, inclusive, se lembrar de chances reais de Gana nessas partidas, a não ser os lances do gol, com ótimo aproveitamento de Gyan. Com as declarações do técnico Milovan Rajevac após o jogo, dizendo que o importante é ganhar e se defender é a melhor tática no futebol moderno, fica claro que o time adotará esse estilo também na final e, certamente, na Copa do Mundo. Jogando feio ou não, Gana está lá e pode vencer o Egito e se tornar a surpresa da competição.
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