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Gabão segura “águias de Cartago” e se aproxima da vaga. Camarões vence no sufoco e respira na competição.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ao tentar interceptar cruzamento, R. Song manda para o próprio gol e o atento Kameni salva. Mas no rebote o goleirão nada pode fazer. Nem a atrapalhada defesa de Camarões foi capaz de derrubar o time e os "leões indomáveis" venceram jogo emocionante em Lubango.
Chermiti dribla goleiro Ovono, mas não consegue fazer o gol. A Tunísia, apesar de ter criado essa chance, não saiu de um 0x0 com Gabão. As "águias de Cartago" estão devendo muito na Copa Africana!

Terminou hoje a segunda rodada da Copa Africana de Nações, com jogos válidos pelo grupo D. As duas partidas ganharam contornos de dramaticidade! Na primeira, Gabão conseguiu grande resultado ao empatar por 0x0 com a tradicional seleção da Tunísia. Para as “águias de Cartago”, que empataram com a Zâmbia no primeiro jogo, o resultado é considerado uma tragédia, já que precisará vencer de qualquer maneira a seleção de Camarões na última rodada e assim eliminar um concorrente direto. Caso contrário, os tunisianos estarão eliminados na primeira fase. Gabão, por outro lado, provou que a vitória contra Camarões não foi obra do acaso e lutou muito na partida de hoje, mostrando que não teme o tal “peso da camisa”. O placar de 0x0 levou Gabão para a liderança do grupo com 4 pontos.
A postura dos gaboneses foi bem diferente do jogo contra Camarões, quando foram pressionados durante toda a partida. No jogo de hoje, Gabão tomou a iniciativa do jogo e buscou a todo o momento o resultado. No total, os gaboneses arriscaram 17 chutes a gol, contra 11 dos tunisianos. Vale ressaltar, porém, que as chances mais claras foram da Tunísia. A primeira delas foi aos 27 minutos de jogo, quando Chermiti aproveitou falha defensiva de Gabão, driblou o goleiro Ovono, mas tropeçou e acabou perdendo a chance de concluir para o gol vazio. O goleiro tunisiano Mathlouthi tratou de impedir as investidas dos jogadores gaboneses na primeira etapa. Por sinal, Gabão entrou em campo com um time bem ofensivo, sendo três atacantes incomodando a defesa das “águias de Cartago”: Mouboungui, Aubameyang e Cousin. No segundo tempo, a Tunísia passou a cadenciar a partida, acreditando que chegaria ao gol pela paciência. Mas o torcedor tunisiano que marcou boa presença em Lubango certamente não aprovou a atitude do time, que muitas vezes se mostra despretensioso durante as partidas (foi assim também contra a Zâmbia). A justificativa de tamanha apatia está no setor de criação do time, já que o meio de campo da Tunísia não consegue produzir o que dele se espera: jogadas para o ataque. O trio ofensivo formado por Issam Jemaa, Msakni e Chermiti teve apenas “lampejos” durante o jogo, o que é muito pouco para uma seleção considerada grande no continente. O meia Dhaouadhi esteve apagado e foi substituído por Nafka, assim como Chermiti que cedeu lugar para Akaichi. E foi dos pés do próprio Akaichi que saiu a melhor jogada do segundo tempo, quando o jogador tunisiano acertou a bola no travessão. Gabão ainda tentou uma última investida com Aubameyang, mas não conseguiu tirar o zero do placar.

Eto'o desencanta e faz seu primeiro gol na Copa Africana de Nações. Camarões venceu, mas não convenceu.

O outro jogo do dia foi excelente, como já era previsto. Camarões, totalmente desesperado, entrou em campo para apagar a má impressão deixada na primeira partida e construir uma vitória convincente sobre Zâmbia, que se mostrou uma equipe corajosa contra a Tunísia. E se você pensa que os zambianos respeitaram os “leões indomáveis”, está muito enganado. Com 8 minutos de jogo, em uma rápida jogada individual pela esquerda, Félix Katongo cruzou para a área e contou com uma atrapalhada de R. Song, que desviou para o próprio gol. Kameni conseguiu salvar o “gol contra” do companheiro e rebateu a bola para o meio da área, mas ali estava Mulenga que empurrou para as redes. Zâmbia 1x0 Camarões! O pesadelo, começado na derrota para Gabão, teimava em continuar e, por alguns momentos, parecia que os camaroneses seriam desclassificados por antecipação. Os rápidos contra-ataques de Zâmbia eram sempre um desespero para a defesa dos “leões indomáveis”. Aos 37 minutos, Kameni salvou a pátria em chute de Kalaba, dando rebote nos pés de Chamanga, que pegou de primeira e, mais uma vez, Kameni estava lá para salvar. Com a situação complicada, a seleção de Samuel Eto’o voltou mudada para o segundo tempo. O zagueiro Bedimo pagou o pato e deu lugar a Binya. O meia M’bia Etoundi deu lugar a Idrisson, que seria o herói do jogo. Assim Camarões mudou sua postura no segundo tempo. O esquema anterior, que era um 4-2-3-1, com Samuel Eto’o isolado na frente, foi substituído por um feijão com arroz: o 4-4-2. Emana, que atua mais individualmente do que coletivamente, não conseguiu repetir a boa atuação do primeiro jogo e foi substituído no meio do segundo tempo por Fongang. O sistema de criação, que eu tanto critiquei na semana passada, não melhorou muito, aliás só vale ser citado pela correria de Tchoyi que entrou como titular. O gol de empate de Camarões saiu de um lance cômico do goleiro zambiano Mweene (mais um pra galeria dos goleiros da Copa Africana). Aos 23 minutos da segunda etapa, o apoiador Geremi (um dos poucos regulares dessa seleção) evitou a saída de uma bola para a lateral e de bem longe mandou um chute sem direção para a área. Detalhe é que não foi nenhuma bomba, mas Mweene tentou segurar a bola, que escapuliu de suas mãos: um verdadeiro frango! Com o gol de empate, Camarões se animou na partida e aproveitou o cansaço dos corredores de Zâmbia para buscar sua primeira vitória na competição. Quatro minutos depois, Tchoyi caiu pela direita, cruzou para a área e após bate rebate, Samuel Eto’o estava lá para mandar cruzado e vencer o goleiro Mweena. Gol de Camarões! Aos 37 minutos, para dar emoção ao jogo, Katongo converteu pênalti e empatou para Zâmbia. O placar de 2x2 deixaria os “leões indomáveis” em situação muito difícil em um grupo teoricamente fácil. Por isso mesmo, o time partiu com tudo pra cima. Quatro minutos depois, em bola levantada por Geremi, Idrisson subiu e mandou para as redes, fazendo 3x2. O placar foi mantido até o final e os camaroneses, enfim, puderam respirar aliviados na Copa Africana. Na próxima rodada, Camarões pode se classificar até com um empate com a Tunísia, desde que a Zâmbia não vença o Gabão. Mas o discurso dos camaroneses é o de conseguir a vitória e, quem sabe, terminar na liderança do grupo. Motivos pra isso, os camaroneses têm, mesmo porque uma reedição da final da Copa Africana de 2008 contra o Egito (líder do grupo que cruza com o grupo de Camarões) não seria nada agradável já nas quartas de final. Para chegar à liderança, Camarões precisa vencer e torcer para que Gabão, pelo menos, empate seu jogo com a Zâmbia. Os zambianos, por incrível que pareça, dependem de si mesmos, já que uma vitória simples sobre Gabão levará a equipe ao mesmo número de pontos do concorrente e vencendo o "confronto direto" ficaria na frente dos gaboneses. Portanto, o grupo onde todo mundo está vivo, promete fortes emoções na última rodada.

"Finais" do Grupo A!

São esperados sessenta mil espectadores para o confronto entre Angola e Argélia no estádio 11 de Novembro, em Luanda. As “palancas negras” jogam pelo empate e o técnico Manuel José admitiu neste Domingo que seu time, que chegou a levar 4 gols em 15 minutos na primeira rodada, primeiro vai pensar em se defender para depois buscar uma eventual vitória. O treinador angolano recebeu boas notícias, já que os vários jogadores que sentiram problemas de contusão na partida contra Maláui foram liberados e estarão a disposição do técnico, sendo eles Gilberto, Flávio, Djalma, Zuela e Rui Marques. Pelo lado da Argélia, o discurso é otimista, principalmente para uma seleção que provou nas eliminatórias que tem capacidade de se superar em momentos turbulentos. Após um desastre na estreia contra Maláui, os argelinos conseguiram vencer Mali por um placar magro e acreditam que podem superar os donos da casa. O técnico Rabah Sadane ainda não definiu como vai armar as “raposas do deserto” para o jogão de logo mais. O ídolo Saif está vetado e não poderá entrar em campo. O esquema com três meias e Ghezzal na frente deu certo na rodada passada e pode ser novamente utilizado, até mesmo porque faltam opções de ataque para o treinador argelino. No outro jogo do dia, Mali e Maláui viajam para Cabinda, onde fazem a outra final do grupo. Desse confronto, pode ser conhecido o outro representante do grupo A nas quartas de final. Maláui, com três pontos, joga pelo empate para se garantir, mas o discurso de Kinnah Pirri é aprontar correria e vencer a partida, assim como aconteceu contra a Argélia. Detalhe é que dependendo do resultado entre Argélia e Angola, Maláui pode até terminar na primeira colocação e escapar de um confronto contra a Costa do Marfim (provável líder do grupo B, já que a concorrência de Burkina Faso não assusta). Pelo lado de Mali, o nigeriano Stephen Keshi lamenta a apatia de sua seleção, que apesar de Sissoko, M. Diarra, Keitá e Kanouté não consegue evoluir nas competições que disputa. No jogo de hoje, M. Diarra e Soumaré desfalcam o time, por motivos de suspensão. Apesar do clima de desânimo,tudo pode mudar, mesmo porque Mali pode conseguir a classificação caso vença os malauianos e Angola vença a Argélia. Em caso de vitória dos argelinos, Mali precisará tirar uma diferença de dois gols em cima dos “palancas negras”. Além de tudo isso, existe a preocupação das equipes em terminar na primeira colocação e escapar da Costa do Marfim. Por isso, não dá nem pra piscar o olho. A rodada promete!

2 comentários:

Riccardo Joss 18 de janeiro de 2010 às 08:36  

O critério de sempate não é o confronto direto? Sendo assim, no grupo A, se empatarem Angola e Argélia se classificam, pois a Argélia bateu Mali por 1 a 0.

Thiago Barros 18 de janeiro de 2010 às 16:03  

oi Riccardo, obrigado pela contribuição. Você está certo! Já fiz a correção aqui nesse texto e expliquei melhor em outro atualizado. A verdade é que me confundi, mas acho que realmente deveria ter um acordo nos critérios de desempate nas competições entre seleções. Afinal nada justifica a Copa ter saldo de gols como primeiro critério e confronto direto como último, enquanto que a Eurocopa e a Copa Africana colocam o confronto direto como o primeiro critério. Grande abraço!!!

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