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Argentina (parte 2)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Depois de Maradona

Maradona poderia ter disputado a Copa do Mundo, em 1978, ainda com seus 17 anos. Não seria nenhum absurdo! “El pibe de oro” já brilhava pelo Argentinos Juniors desde 1976, com uma marca de 34 gols em 77 jogos. A estreia do craque pela seleção aconteceu no dia 27.02.1977, em amistoso contra a Hungria. A qualidade do garoto fez com que o povo argentino pedisse sua convocação para disputar a Copa. Dieguito esteve entre os 24 pré-convocados para o Mundial, chegou a participar dos treinos, mas o técnico César Menotti preferiu deixá-lo de fora da Copa, alegando que o menino deveria ser preservado. Bom, o resto da história eu já contei. A Argentina foi campeã do Mundo e Maradona foi privado de conquistar seu primeiro título mundial. No ano seguinte, porém, Maradona foi o capitão e artilheiro da Argentina, na conquista do Mundial Sub-20, no Japão. Durante a campanha, Dieguito marcou belos gols, fez grandes jogadas e se firmou definitivamente entre os craques do futebol mundial. No mesmo ano, fez seu primeiro gol pelo time profissional da Argentina, em vitória contra a Escócia. Em 1982, quando já atuava pelo Boca Juniors, Maradona foi convocado para a disputa da Copa do Mundo, na Espanha. A base da seleção argentina para o Mundial era praticamente a mesma que venceu a Copa em 1978: Fillol, Olguin,Passarella, Tarantini, Ardilles, Gallego, Bertoni, Kempes, Valencia... A campanha foi abaixo do esperado! Na estreia, derrota por 1x0 para a Bélgica, no Camp Nou, em Barcelona. O gol da surpreedente seleção belga foi marcado por Vandenbergh. Na segunda rodada, os albicelestes se recuperaram e venceram a Hungria por 4x1, com dois gols de Maradona, um de Bertoni e o outro de Ardiles para a Argentina, enquanto que Poeloeskei diminuiu para os húngaros. No terceiro e decisivo jogo, vitória contra a fraquinha seleção de El Salvador, por 2x0, gols de Passarella e Bertoni. Na fase seguinte, um grupo de 3 seleções, onde apenas uma se garantiria nas semifinais. Os adversários de grupo seriam nada mais e nada menos do que Brasil e Itália. O primeiro jogo foi contra os italianos, no estádio Sarriá, em Barcelona, e terminou com derrota por 2x1 para a Squadra Azurra. Tardelli e Cabrini marcaram para a Itália e Passarella descontou para a Argentina. Maradona sofreu 23 faltas nessa partida, um recorde de infrações sobre o mesmo jogador em um único jogo, na história das Copas. Consequência dessa derrota, o confronto contra o Brasil era de vida ou morte para os albicelestes. Somente uma vitória poderia deixar a Argentina com chances de classificação! Mas a seleção brasileira, em dia inspirado, venceu por 3x1, gols de Zico, Serginho e Júnior. No fim, Ramon Diaz ainda descontou para os argentinos, mas era tarde. A partida também ficou marcada pela expusão de Maradona, que atingiu Zico na perna esquerda. No fim, a Itália venceu o Brasil e partiu rumo ao título mundial de 82.
Maradona e Serginho Chulapa brigam pela bola. "El pibe de oro" esteve apagado na Copa de 82, mas brilharia muito na Copa seguinte.

Após a Copa, Maradona se transferiu para o Barcelona, onde se tornou um grande ídolo. Mais tarde, em 1984, “el pibe oro” foi recebido por 75.000 pessoas, em sua apresentação no Napoli. Essa marca de público só foi quebrada em 2009, quando 80.000 torcedores receberam o português Cristiano Ronaldo, no Real Madrid. No Napoli, Maradona conquistou dois títulos italianos e uma Copa da UEFA e foi considerado no ano de 1986, como o melhor jogador do mundo pela revista World Soccer. Um camisa 10 mágico! Sua genialidade era capaz de sensibilizar até quem não gostava de futebol. Maradona era capaz de lances incríveis, com a bola nos pés. Em 1986, na Copa do Mundo, ele mostrou parte de seu repertório e levou a Argentina ao segundo título mundial de sua história. Mas antes de chegar ao Mundial, a Argentina enfrentou problemas nas eliminatórias. Em uma chave com 4 seleções, apenas uma se garantiria na Copa. A Argentina passou facilmente por Colômbia e Venezuela, vencendo tanto os jogos de ida, quanto os jogos de volta. Esses resultados deram tranquilidade aos argentinos para os confrontos contra o Peru. No dia 23.06, em Lima, o Peru venceu por 1x0. O jogo de volta, portanto, se tornou um drama. Certamente os argentinos se lembraram das eliminatórias para a Copa de 1970, quando foram eliminados pelo Peru. Naquela oportunidade, jogando em casa, precisavam da vitória, mas o empate por 2x2 eliminou os argentinos. Dessa vez, a Argentina jogava pelo empate. Foi um jogo sofrido! Pedro Pasculli abriu o placar para a Argentina, com 12 minutos de jogo. Velásquez e Barbadillo viraram para o Peru, ainda no primeiro tempo. Mas Gareca, já aos 37 da segunda etapa, empatou a partida para os argentinos. Com o resultado de 2x2, a Argentina terminou na liderança do grupo, com 1 ponto na frente do Peru, resultado que garantiu a presença argentina na Copa do México.
A estreia dos albicelestes aconteceu no dia 02.06, na Cidade do México, contra a Coréia do Sul. Com dois gols de Valdano e outro de Rugieri, a Argentina derrotou os asiáticos por 3x1. Na segunda rodada, 1x1 no clássico contra a Itália. Maradona empatou para a Argentina aos 34 minutos do primeiro tempo, após Altobelli ter marcado para os italianos aos 6 minutos. Na última rodada, vitória por 2x0 sobre a Bulgária, com gols de Valdano e Burruchaga. Pelas oitavas de final, clássico contra o Uruguai, na cidade de Puebla. Com o campo encharcado, Pasculli marcou o gol solitário da vitória da Argentina por 1x0, aos 42 minutos de jogo. Chegou, enfim, o momento que descrevi no início do texto. Dia 22.06, no estádio Azteca, na Cidade do México, um dos maiores clássicos do futebol mundial: Argentina x Inglaterra. A Guerra das Malvinas acentuava a rivalidade entre os países e se temia por briga entre as torcidas, ou mesmo entre os jogadores. Mas o jogo foi limpo! Aliás, foi limpo, exceto pelo gol de mão, marcado por Maradona, aos 6 minutos do segundo tempo, que abriu o placar para a Argentina. Ahhh! Não tem como não suspirar ao ver o segundo gol de Don Diego, que sai de seu campo de defesa e dribla todo mundo, inclusive o goleirão inglês para fazer 2x0. Foi um gol antológico! Lineker, aos 35 do segundo tempo, descontou para o English Team. No fim, festa para a Argentina. Pela semifinal, confronto contra a excelente seleção da Bélgica. Os belgas, vale lembrar, chegaram as semifinais após eliminarem as boas seleções da URSS e da Espanha. Com atuações acima da média de Burruchaga e Maradona, a Argentina passou pela Bélgica, com uma contudente vitória por 2x0, dois gols de Dieguito. 114.500 pessoas presenciaram a vitória contra os belgas, que valeu a classificação para a Final. No dia 29.06, no estádio Azteca, a grande decisão da Copa do Mundo. A Alemanha Ocidental, vice campeã de 82, tinha uma seleção temida no mundo da bola. Mas e a Argentina de Maradona? Pois é! Com 22 minutos de jogo, os 114.600 espectadores presenciaram o gol de cabeça do zagueiro Brown, que abriu o placar para a Argentina. Foi uma decisão sensacional! Quando, aos 11 minutos do segundo tempo, Valdano fez 2x0 para os albicelestes, parecia que o jogo já estava definido. Mas não estava! Maradona, muito bem marcado por Mathaus, preferia dar espaços para os seus companheiros. Rumenigge, mesmo com problemas no joelho, fez o primeiro gol da Alemanha, aos 28 minutos do segundo tempo. Quem imaginou que a Alemanha Ocidental estava entregue, se enganou. Voller, que entrou no lugar de Allofs no intervalo, empatou o jogo, aos 37 minutos do segundo tempo. Com o 2x2 no placar, o jogo ficou muito emocionante. Burruchaga, mais uma vez, fez um jogo brilhante. E foi justamente da dupla Maradona e Burruchaga que saiu o gol do título. “El pibe de oro” deu um passe milimétrico para Burruchaga fazer o gol e definir o título da Copa de 1986. A Copa do México é a Copa do Maradona!
Maradona deixa os jogadores da Inglaterra no chão, no confronto pelas quartas de final da Copa de 1986. Dieguito nunca será esquecido pelos ingleses!
Burruchaga marca o terceiro gol da Argentina, contra a Alemanha Ocidental. Foi o gol do título!
Missão cumprida! Maradona beija a taça! A Argentina se sagrou bi campeã do mundo em 1986!

Jorge Burruchaga ganhou projeção durante sua passagem pelo Independiente, entre os anos de 1982 e 1985. O jogador, depois, foi negociado com o Nantes,onde jogou entre os anos de 1985 e 1992. Pela seleção, ainda jogaria a Copa de 1990, na Itália. Já Valdano, que também disputou a Copa de 1982, teve passagens por Newell”s Old Boys, Deportivo Alavés, Zaragoza e Real Madrid. Pelo clube merengue, marcou 40 gols em 85 jogos. Valdano poderia ter jogado sua terceira Copa em 1990, mas foi suspenso pelo treinador Carlos Bilardo. Julio Orlaticoechea completou três Copas seguidas, em 1982, 1986 e 1990. Sergio Batista, para muitos, foi um dos volantes mais grossos da seleção argentina. Limitado tecnicamente, o jogador conquistou o técnico Bilardo devido a sua segurança. Não por acaso, foi nome constante nas convocações de Bilardo, inclusive como titular da Argentina na Copa de 1986, além de fazer parte do grupo que seria vice-campeão da Copa de 1990. Já Ruggeri, conhecido como “el cabezon”, disputou quatro edições da Copa América pela Argentina, se tornando campeão por duas vezes, em 1991 e 1993. O zagueiro também disputou as Copas de 1986, 1990 e 1994, além de fazer parte da Argentina na conquista da Copa das Confederações, em 1992. Um grande currículo!
A Copa do Mundo de 1990 começou de forma dramática para os argentinos. Assim como em 1982, quando defendiam o título de 1978, os albicelestes estrearam com uma surpreendente derrota. Dessa vez, Camarões foi o algoz argentino. Dia 08.06, no estádio Giuseppe Meazza, em Milão, os africanos derrotaram a Argentina por 1x0, gol Omam-Biyik, aos 21 minutos do segundo tempo. A segunda partida foi contra a União Soviética, em Nápoles. Um jogo bastante dramático para o goleiro Pumpido! Aos 10 minutos do primeiro tempo, o goleiro argentino quebrou a perna direita, em uma dividida. Com 11 minutos, Goycochea entrou em campo, para substituir Pumpido, sem se dar conta de que seria um dos grandes nomes daquela Copa, salvando a Argentina por várias vezes em disputas de pênaltis. No jogo contra os soviéticos, vitória da Argentina por 2x0, gols de Troglio e Burruchaga. Maradona usou “la mano de Dios” para, discretamente, salvar um gol da URSS. Na partida seguinte, empate por 1x1 com a Romênia, resultado que valeu a classificação das duas seleções para as oitavas. Monzón fez o gol argentino, enquanto que Balint marcou para os romenos. Nas oitavas de final, confronto contra a seleção brasileira, em Turim. Durante a partida, o Brasil, comandado por Lazaroni, conseguiu mandar três bolas na trave de Goycoechea. Mas aos 35 minutos da segunda etapa, Don Diego fez boa jogada e encontrou Caniggia, que totalmente livre driblou Taffarel e mandou para as redes. Argentina 1x0 Brasil! Olha, Dieguito não estava no melhor de seu condicionamento físico em 1990. Ao contrário de 1986, era possível anulá-lo com facilidade. Só que todos nós sabemos que o gênio pode mudar a história de uma Copa, em uma única jogada. Foi assim contra o Brasil! A única vez que Maradona fez algo sensacional na partida contra a seleção brasileira, foi a jogada do gol. O craque fintou Ricardo Gomes e Alemão, confundiu Mauro Galvão e Ricardo Rocha, antes de encontrar Caniggia livre para marcar o gol. E foi desse jeito que os argentinos chegaram as quartas de final. Após o jogo, o lateral brasileiro Branco afirmou ter se sentido mal após ter bebido uma garrafa d’água cedida pelos argentinos. A história, naturalmente, virou motivo de chacotas, assim como o “título moral de 1978”. Mas muitos anos depois, o técnico argentino Carlos Bilardo confessou ter preparado uma surpresa para o brasileiro que aceitasse tomar a água oferecida pelos argentinos. É por esse e por outros mitos, que se constrói a rivalidade entre grandes seleções.
Pela fase seguinte, confronto contra a Iugoslávia. A partida ficou 0x0 no tempo normal e na prorrogação. Portanto, disputa de pênaltis para definir qual das duas equipes disputaria as semifinais. Foi aí que apareceu a estrela de Goycochea, que defendeu dois pênaltis e ajudou a Argentina a vencer a disputa por 3x2. Pelas semifinais, um grande clássico contra a dona da casa: a Itália. A partida, realizada em Nápoles, no dia 03.07, foi especial para Maradona. Por ironia, “el pibe de oro” estava em campo, na cidade de Nápoles, lugar onde era tão admirado por sua carreira pelo clube local, decidindo contra a Itália, a vaga na Final do Mundial de 1990. Schilacci, aos 17 minutos de jogo, fez 1x0 para a Azurra. Explosão no país da Copa! Mas aos 22 minutos do segundo tempo, Caniggia empatou o jogo para a Argentina. O goleiro italiano Zenga estava a 517 minutos sem tomar gol. O placar de 1x1 persistiu na prorrogação. Na disputa por pênaltis, Goycochea brilhou novamente, defendendo as cobranças de Donadoni e Serena, e garantiu a vitória por 4x3 dos argentinos. Argentina e Alemanha Ocidental se reencontraram no dia 08.07, no estádio Olímpico de Roma, para mais uma decisão de Copa do Mundo. Os alemães, que foram vice campeões em 1982 e 1986, se sentiam na obrigação de devolver a derrota para a Argentina no Mundial anterior. Com o “Kaiser” Beckenbauer no comando técnico, a Alemanha jogou melhor do que a Argentina durante toda a partida. Maradona foi anulado pela eficiente marcação alemã, e o desfalque do talismã Caniggia era sentido pela equipe sul-americana. Durante o confronto, dois pênaltis claros não foram marcados a favor da Alemanha Ocidental. O gol da partida aconteceu aos 39 do segundo tempo, quando o árbitro mexicano Edgardo Codesal marcou um pênalti duvidoso de Monzón sobre Völler. Parece lei da compensação? Os jogadores argentinos reclamaram bastante da marcação do juíz e Monzón acabou expulso. Brehme cobrou e Goycochea, que tantas vezes salvou a Argentina, nada pode fazer. Alemanha Ocidental 1x0 Argentina! Com este placar, os alemães chegaram ao TRI Mundial, deixando a Argentina com dois títulos.
Jogadores argentinos comemoram, após o gol de Caniggia contra a seleção brasileira, pelas oitavas de final da Copa de 1990.
Jogadores festejam com Goycochea, após o goleiro ser o herói da disputa de pênaltis contra a Itália, pelas semifinais da Copa de 1990. O goleiro foi um dos grandes nomes da Argentina nessa Copa!

32 anos depois, a Argentina voltou a conquistar uma Copa América, em 1991. O 13° título continental dos albicelestes foi conquistado no Chile. Na primeira fase, 100% de aproveitamento, com vitórias sobre Venezuela, Chile, Paraguai e Peru. A Fase Final foi disputada por 4 seleções, que jogaram em turno único, por pontos corridos. Nessas condições, a vitória por 3x2 sobre o Brasil, dia 17.07, foi fundamental para a conquista da competição. Franco, duas vezes, e Batistuta marcaram os gols da Argentina. Em seguida, empate por 0x0 com o Chile e vitória por 2x1 sobre a Colômbia, no jogo que valeu o título. Simeone e Batistuta marcaram os gols contra os colombianos. O técnico Alfio Basile optou por chamar jogadores que atuavam na Argentina, convocando apenas um “estrangeiro”: Caniggia, do Atalanta. Alguns dos principais nomes desse time eram Batistuta, Latorre, Basualdo, Dario Franco, Simeone e Goycochea. Em 1993, novamente a Argentina conquistou a Copa América, dessa vez no Equador. Era o 14° título dos albicelestes! Na primeira fase, uma classificação apertada após vencer a Bolívia, por 1x0, e empatar com México e Colômbia. Pelas quartas de final, empate por 1x1 com o Brasil, e vitória nos pênaltis. Também na disputa de pênaltis, a Argentina superou a Colômbia, após empate por 0x0 pelas semifinais. Adivinha quem estava no gol? Se você disse Goycochea, acertou. O goleirão, novamente, carregou a Argentina para uma grande final. Na decisão, dia 04.07, a Argentina bateu o México por 2x1, com dois gols de Batistuta para os albicelestes. Esse foi o último título argentino da competição sul-americana!
Claudio Caniggia foi um dos grandes atacantes argentinos de todos os tempos. Apelidado de “el pájaro”, Caniggia fez história em várias equipes, como River Plate, Atalanta e Boca Juniors. Pela seleção, conquistou uma Copa América, em 1991, e uma Copa das Confederações, em 1992. Participou de três Copas do Mundo, em 1990, 1994 e 2002. Um dos jogadores mais populares do país, Caniggia tem muitas curiosidades em sua carreira. Uma delas é que ele e Redondo ficaram de fora da disputa da Copa do Mundo de 1998, por se recusarem a cortar os cabelos, o que era uma ordem do técnico Daniel Passarella. Outro fato curioso é que em 2002, mesmo sem entrar em campo, o jogador foi expulso na partida contra a Suécia, pela primeira fase da Copa. Outro nome de destaque é Gabriel Batistuta, que marcou 56 gols em 78 jogos pela seleção. Batigol, como era conhecido, é o maior artilheiro da seleção da Argentina em todos os tempos. O auge da sua carreira se deu quando jogou pela Fiorentina, entre 1991 e 2000, e pela Roma, entre 2000 e 2002. Sua carreira na seleção é invejável! Disputou três Copas do Mundo: 1994, 1998 e 2002. Conquistou os títulos da Copa América de 1991 e 1993, além da Copa das Confederações de 1992, que aconteceu na Arábia Saudita. Por sinal, essa foi a primeira edição da competição, com apenas 4 seleções envolvidas. A Argentina goleou a Costa do Marfim por 4x0, pelas semifinais, com dois gols de Batistuta, um de Altamirano e outro de Acosta. Na decisão, vitória por 3x1 sobre a Arábia Saudita, gols de Rodríguez, Caniggia e Simeone.
Em 1991, Maradona foi reprovado em um teste antidoping, que acusou o uso de cocaína. Por isso, acabou expulso do Napoli. Don Diego foi suspenso por 15 meses, e voltou a jogar em 1992, pelo Sevilla. Em 1994, durante a Copa do Mundo dos EUA, um teste antidoping detectou a presença da substância proibida efedrina. Antes disso, a Argentina havia goleado a Grécia, por 4x0, com três gols de Batistuta e um de Maradona. Durante a comemoração do seu gol, Maradona parecia “alterado”. Pela segunda rodada, virada pra cima da boa seleção da Nigéria. Após Siasia abrir o placar para os africanos, Caniggia marcou duas vezes, e virou a partida, ainda no primeiro tempo. Resultado final: Argentina 2x1 Nigéria! Foi a partir daí que a Copa de 1994 desmoronou para os albicelestes. Após o jogo, o teste antidoping de Dieguito acusou o uso da efedrina. A alegação era de que o craque usou o produto, através de um colírio. Maradona era reincidente, meu amigo! A FIFA não pensou duas vezes e suspendeu o ídolo argentino por 1 ano. Dessa forma melancólica, Maradona se despediu da história das Copas do Mundo, como jogador. Na terceira partida da primeira fase, a Argentina foi derrotada pela Bulgária, por 2x0. Pelas oitavas de final, derrota para a Romênia e eliminação da competição. Dumitrescu, aos 11 minutos, abriu o placar para os romenos. Aos 16, Batistuta empatou. Mas dois minutos depois, novamente Dumitrescu colocou a Romênia em vantagem. Na segunda etapa, Hagi fez 3x1, aos 13 minutos. Balbo, aos 30, ainda diminuiu. Mas o jogo terminou com o placar de 3x2 para a Romênia. A suspensão de Maradona abalou as estruturas de uma fortíssima candidata ao título mundial de 1994. Entre 1977 e 1994, Maradona jogou 91 vezes pela seleção, marcando 34 gols. Em 1997, decidiu encerrar sua carreira, no Boca Juniors. Agora como técnico, Maradona terá a oportunidade de comandar a Argentina na Copa de 2010. É esperar pra ver!
Maradona comemora após marcar contra a Grécia, pela Copa do Mundo de 1994. O craque seria suspenso depois da vitória contra a Nigéria, pela segunda rodada.

Em 1995, uma mescla de experiência com novas promessas foi a formação da Argentina para a disputa da Copa América, no Uruguai. Se por um lado, Batistuta, Simeone, Chamot e Balbo já tinham adquirido uma bagagem interessante, por outro Zanetti, Ayala, Ortega e Gallardo estavam apenas no início. Após primeira fase tranquila, os argentinos foram eliminados pelo Brasil nas quartas de final. O jogo foi marcado por um lance polêmico! A Argentina derrotava o Brasil por 2x1, com gols de Balbo e Batistuta para os albicelestes e de Edmundo para os brasileiros, quando, aos 36 minutos do segundo tempo, o atacante Túlio, após receber lançamento, dominou a bola no braço, antes de tocar para o fundo das redes. O juíz peruano Alberto Tejada validou o gol! O jogo, então, foi para a disputa de pênaltis. Taffarel pegou as cobranças de Simeone e Fabbri, sacramentando a eliminação da Argentina. Foi a segunda decepção do ano, já que em Janeiro os sul-americanos perderam a final da Copa das Confederações para a Dinamarca, por 2x0. De consolo, a seleção sub-20 da Argentina conquistou o título da Copa do Mundo da categoria, no Catar. Na decisão, os argentinos derrotaram a seleção brasileira, por 2x0, gols de Biangini e Guerrero. Sorín foi a grande revelação da Argentina no Mundial! Em 1996, os albicelestes disputaram as Olimpíadas e fizeram um bom papel, chegando a decisão. A Argentina começou a mostrar seu repertório, a partir das quartas de final, quando goleou a Espanha por 4x0. Crespo marcou duas vezes, enquanto que Lopez fez outro e o espanhol Aranzabal marcou um gol contra. Pelas semifinais, outra vitória maiúscula: Argentina 2x0 Portugal, com dois gols de Crespo. A decisão do ouro olímpico foi contra a fortíssima Nigéria, que eliminou o Brasil nas semifinais. Lopez abriu a placar para Argentina no início, mas Babayaro empatou ainda no primeiro tempo. Crespo, de pênalti, colocou os albicelestes em vantagem aos 5 minutos da segunda etapa, mas Amokachi aos 29 e aos 45 minutos, virou o jogo para os africanos. No fim, Nigéria 3x2 Argentina, e o tão sonhado ouro olímpico foi adiado. Em 1997, a Argentina foi TRI campeã do Mundo Sub-20, na Malásia. José Pekerman, o mesmo treinador de 1995, conseguiu formar mais uma boa seleção, com destaque para Cambiasso, Aimar e Riquelme. Após classificação tranquila na fase de grupos, a Argentina venceu a Inglaterra pelas quartas de final, por 2x1, com Riquelme e Aimar marcando para os sul-americanos e Carragher descontando para os ingleses. Pelas semifinais, vitória por 1x0 sobre a Irlanda, gol de Romeo. A decisão foi contra o Uruguai, e a Argentina venceu por 2x1, gols de Cambiasso e Quintana para os albicelestes e de García para os uruguaios.
Hernán Crespo jogou 64 vezes com a camisa albiceleste desde 1995, marcando 35 gols. É o segundo maior artilheiro da seleção da Argentina, atrás apenas de Batistuta. Javier Zanetti, por outro lado, é o jogador que mais vezes vestiu a camisa da Argentina, com um total de 131 partidas. Em 1995, o zagueiro estava na seleção, quando os argentinos conseguiram o Ouro dos Jogos Pan-Americanos. Essa competição merece um parêntese! A Argentina é a seleção que mais vezes conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, com um total de seis títulos: 1951, 1955, 1959, 1971, 1995 e 2003. Em 1995, além de Zanetti, outros nomes famosos que conseguiriam seguir carreira na seleção, como Ortega, Sorin, Crespo, Gallardo e Ayala. Após participar das Copas de 1998 e 2002, Zanetti não foi convocado por José Pekerman, para o Mundial de 2006, causando polêmica em seu país. Já Roberto Ayala entrou em campo 115 vezes com a camisa albiceleste, sendo o segundo jogador que mais defendeu a seleção argentina. Ayala, que disputou as três últimas Copas do Mundo, estava no grupo da Argentina que foi medalha de prata nas Olimpíadas de 1996 e também participou da brilhante campanha do primeiro ouro olímpico, em 2004. Após marcar um “gol contra”, na derrota para o Brasil, pela decisão da Copa América de 2007, Ayala resolveu se aposentar da seleção argentina.
Em 1998, na Copa da França, a Argentina encontrou um grupo, teoricamente fácil, pelo caminho. Afinal Japão e Jamaica estavam apenas em sua primeira Copa do Mundo, e ninguém podia esperar que a Croácia fosse se tornar a sensação da Copa. Pela primeira vez, 32 seleções disputavam um Mundial! Esse número facilitou o regulamento da competição, que ficou com 8 grupos de 4 seleções, sendo que as duas primeiras colocadas de cada chave se classificariam para as oitavas de final. Com um gol de Batistuta, a Argentina bateu o Japão, por 1x0, em sua estreia. Pela segunda rodada, goleada de 5x0 pra cima da Jamaica, com três gols de Batistuta e dois de Ortega. Com o placar, os albicelestes se classificaram com uma rodada de antecipação e chegaram tranquilos para o confronto contra a Croácia, pela última rodada. O jogo, ocorrido em Bordeaux, valia apenas para defenir a primeira colocação da chave, e os argentinos venceram por 1x0, gol de Pineda. Em 1966, deu Inglaterra! Em 1986, deu Maradona! No dia 30.06.1998, em Saint-Etienne, Argentina e Inglaterra se reecontraram em um jogo decisivo, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Foi mais uma batalha épica! Com 5 minutos de partida, Simeone sofreu pênalti do goleiro inglês Seaman. Batistuta cobrou com violência, a bola ainda foi desviada pelo goleiro, mas morreu no fundo das redes. O atacante argentino comemorou em frente aos temidos hooligans, homenageando seu filho que nasceu um dia antes do jogo. Minutos depois, o inglesinho Owen foi lançado em velocidade e conseguiu cavar um pênalti. O árbitro dinamarquês Kim Milton Nielsen viu falta duvidosa de Ayala no lance! Shearer cobrou forte, no ângulo, para empatar a partida aos 10 minutos do primeiro tempo. Aos 16 minutos, após boa troca de passes, a bola sobrou para Owen que passou por Ayala e Vivas para chutar forte, cruzado e no alto. Virada da Inglaterra! A Argentina, então, passou a pressionar em busca do empate, mas era neutralizada pela sólida retranca inglesa. O talentoso Ortega era a esperança dos argentinos para furar a força física dos europeus. A partida continuou tensa! A Inglaterra, nos contra-ataques, esteve muito próxima de marcar o terceiro gol. No início da segunda etapa, porém, a história do clássico mudou. López sofreu falta na entrada da área e Batistuta se aproximou para fazer a cobrança. Preocupados com Batigol, os ingleses deixaram Zanetti desmarcado. Em jogada ensaiada, Batistuta saiu do lance e Verón encontrou Zanetti sozinho, que chutou no alto, sem chances para Seaman. Gol da Argentina! Pouco depois, o inglês Beckham foi expulso após chutar Simeone, de leve. O argentino, é claro, encenou bastante, provocando a expulsão do craque inglês. A partida se arrastou com muita pressão dos albicelestes, que não conseguiram furar a defesa britânica. Com o placar de 2x2 mantido, inclusive na prrorogação, Argentina e Inglaterra decidiram a classificação nos pênaltis. O argentino Roa, lembrando os tempos de Goycochea, pegou duas cobranças, que garantiram a classificação da Argentina para às quartas de final. Pela fase seguinte, confronto contra a Holanda. As duas seleções, eu já disse, disputaram jogos importantes na década de 70, inclusive a Final da Copa de 1978, vencida pela Argentina. Dessa vez, o sucesso foi da Laranja! A partida ocorreu no dia 04.07, em Marselha. Kluivert, aos 12 minutos, colocou a Holanda em vantagem. Mas aos 17, López empatou para a Argentina. Bergkamp, aos 44 do segundo tempo, fez um golaço, eliminando a Argentina da Copa. Fim de jogo: Holanda 2x1 Argentina! Fim de Copa para os sul-americanos!
Batistuta comemora gol contra a Jamaica, pela Copa de 1998. Batgol é o maior artilheiro da história da seleção da Argentina!
Roa defende cobrança de Batty, na disputa de pênaltis. Graças ao goleiro, a Argentina eliminou a Inglaterra, pelas oitavas de final da Copa de 1998.

Juan Sebástian Verón, ou “La Brujita” se preferir, é um dos grandes nomes do futebol argentino, atualmente. “La Brujita” começou a carreira no Estudiantes em 1993, e depois passou por vários clubes europeus, antes de retornar ao time argentino em 2006. Verón fez história, levando o Estudiantes ao título da Libertadores de 2009, após um longo período de jejum. Verón disputou as Copas de 1998 e 2002 com a camisa albiceleste, e tem a expectativa de jogar esse ano, na África do Sul, já que tem sido convocado frequentemente. “La Brujita” não participou da Copa América de 1999, no Paraguai. Mas caras novas como Sorín, Aimar, Riquelme, Palermo e Samuel faziam parte do grupo, que foi eliminado pela seleção brasileira nas quartas de final. A campanha da Argentina é marcada por um fato bastante bizarro! Na primeira fase, os argentinos perderam por 3x0 para a Colômbia, com Martín Palermo conseguindo perder três pênaltis durante o jogo. A primeira cobrança bateu na trave, a segunda foi para fora e a terceira foi defendida pelo goleiro colombiano. Palermo, um dos ídolos da história do Boca Juniors, entrou para a história como o único jogador a desperdiçar três pênaltis em uma partida oficial.
A Argentina era uma das principais favoritas ao título da Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e no Japão. Nem mesmo um verdadeiro grupo da morte com Nigéria, Suécia e Inglaterra era capaz de diminuir a euforia dessa seleção. Marcelo Bielsa, “El Loco”, era o técnico argentino na Copa. A campanha nas eliminatórias foi incrível, com larga vantagem sobre os adversários. Por esses motivos, dificilmente se poderia acreditar que os albicelestes fossem se tornar uma das decepções daquele Mundial. Bielsa foi muito criticado pela imprensa, principalmente por não apostar na dupla Crespo e Batistuta. Na verdade, o treinador entendia que somente um desses jogadores poderia ser o titular da seleção e Batigol foi o escolhido. Na estreia, dia 02.06, vitória sofrida contra a Nigéria, por 1x0, gol de Batistuta. Mesmo sem apresentar um futebol brilhante, o resultado foi muito comemorado, já que a Argentina terminou a primeira rodada como líder e ganhou tranquilidade para o jogo seguinte, contra a Inglaterra. O que os albicelestes não esperavam é que os ingleses se vingariam da eliminação na Copa de 1998, e venceriam por 1x0, gol de pênalti, marcado por Beckham. Com a vitória da Suécia sobre a Nigéria, a Argentina caiu para a terceira colocação da chave, atrás de suecos e ingleses. Na última rodada, somente uma vitória contra a Suécia poderia classificar a Argentina para às oitavas de final. Foi um jogo duro! A Suécia conseguiu armar uma retranca, quase que intransponível. O jogo ficou amarrado até os 12 minutos do segundo tempo, quando Svensson acertou uma bela cobrança de falta e abriu o placar para os escandinavos. A partir daí, a Argentina se desesperou, já que somente a vitória interessava. A Suécia ameaçava em contra-ataques e teve a chance de fazer 2x0, quando Andreas Anderson acertou uma bola na trave. Aos 43 do segundo tempo, após Hedman defender pênalti cobrado por Ortega, Crespo aproveitou o rebote para empatar para a Argentina. Assim terminou o jogo, Argentina 1x1 Suécia. Os suecos terminaram na liderança do grupo, seguidos pelos ingleses. Os argentinos lamentaram muito a desclassificação precoce! Certamente a eliminação da França, campeã da Copa de 1998 e da EURO 2000, também na primeira fase, ajudou os argentinos a se conformarem com o vexame. Um ano para o torcedor da Argentina esquecer!
Os jogadores argentinos desabam, após a eliminação na primeira fase da Copa de 2002. Os suecos tinham muitos motivos para comemorar, pois ficaram na primeira colocação em um grupo com Argentina, Inglaterra e Nigéria.

Juan Roman Riquelme, chamado pela imprensa alemã durante a Copa de 2006 de “o mago de olhos tristes”, é um dos melhores jogadores argentinos dos últimos tempos. A habilidade de Riquelme fez com que o jogador fosse considerado um dos grandes nomes da Copa de 2006. Mas apesar de suas precisas assistências, a Argentina ficou pelo caminho. De consolo, Riquelme estava com a camisa 10, durante a conquista do ouro olímpico em 2008. Em 2009, o meia decidiu abandonar a seleção, por diferenças pessoais com Maradona, o técnico argentino. O jogador, vale lembrar, é um dos grandes nomes da história do Boca, onde fez carreira entre 1992 e 1996, e a partir de 2007, quando retornou do futebol europeu. A Copa de 2006 foi à primeira de Carlitos Tevez, um dos mais promissores jogadores argentinos dos últimos anos. Em 2004, Tévez fazia parte da seleção olímpica, ouro em Atenas. Por sinal, Tevez se transferiu para o Corinthians em 2005, junto com Mascherano, que conquistou o ouro olímpico em 2004 e 2008. Saviola, mais um remanescente do ouro olímpico de 2004, dificilmente disputará a Copa de 2010. O veloz atacante fazia parte do time que conquistou o título mundial Sub-20, em 2001, ao lado de D’Alessandro e Maxi Rodrigues. A Copa do Mundo Sub-20 de 2001, foi disputada na Argentina e os albicelestes sobraram na competição, com 7 vitórias em 7 jogos, 27 gols marcados e 4 gols sofridos. José Pekerman chegava ao seu terceiro título mundial no comando da seleção sub-20, um feito para o treinador, que graças a esses resultados, seria o comandante da Argentina na Copa de 2006. O próprio Saviola foi o artilheiro daquela competição em 2001, com 11 gols em 7 partidas. A final foi contra Gana, e a Argentina venceu por 3x0, gols de Colotto, Saviola e Maxi Rodrigues.
Tentando apagar o fiasco de 2002, a Argentina chegou a Copa do Mundo de 2006 com esperanças de conquistar seu terceiro título. A primeira fase foi promissora, com a liderança em um difícil grupo com Holanda, Costa do Marfim e Sérvia e Montenegro. Em sua estreia, vitória por 2x1 sobre a Costa do Marfim, com gols de Crespo e Saviola para os argentinos e Drogba para os africanos. Pela segunda rodada, uma apresentação de gala contra Sérvia e Montenegro. Com um time bastante compacto, trocando passes com paciência, os albicelestes não tomaram conhecimento dos europeus, aplicando uma goleada de 6x0. Maxi Rodrigues marcou dois gols na partida, enquanto que Cambiasso, Crespo, Tevez e Messi marcaram uma vez para a Argentina. Jogo de golaços, diga-se de passagem! Na última rodada, Argentina e Holanda, já classificadas, fizeram uma partida meia boca, com as duas seleções se poupando para as oitavas de final. Nada mais justo do que um empate por 0x0. Pelas oitavas, confronto contra o México. Após empate por 1x1 no tempo normal, com gols de Crespo para a Argentina e Rafa Marquez para os mexicanos, a partida foi para o tempo extra. Aos 8 minutos do primeiro tempo da prorrogação, Maxi Rodrigues recebeu lançamento, ajeitou a bola no peito e, de primeira, acertou no ângulo do goleiro mexicano. Mais um golaço da Argentina na Copa! Após vencer os mexicanos por 2x1, os nossos “hermanos” encarariam a dona da casa: Alemanha. A partida ocorreu em uma sexta-feira, dia 30.06, no estádio Olímpico de Berlim. Foi um jogo disputado e nervoso, sem muitos lances de perigo. Durante o primeiro tempo, a Argentina manteve maior posse de bola, mas praticamente não ofereceu perigo ao goleiro alemão. No início do segundo tempo, Ayala aproveitou escanteio cobrado por Riquelme, para abrir o placar para os sul-americanos. A Alemanha, temendo a eliminação, foi obrigada a partir para cima. Aos 25 minutos, o goleiro argentino Abbondanzieri se contundiu, após choque com o alemão Klose, e foi substituído por Franco. Dois minutos depois, o técnico José Pekerman fez uma substituição, que até hoje não foi digerida pelos argentinos, tirando Riquelme para colocar Cambiasso. A conclusão é que o treinador queria segurar o resultado! Aos 34 minutos do segundo tempo, veio o castigo. Klose, de cabeça, empatou para a Alemanha. O jogo se arrastou empatado por 1x1 nos minutos finais do tempo normal e também na prorrogação. Para decidir qual das duas potências estaria na semifinal, a partida foi para os pênaltis. O goleiro alemão Lehman pegou as cobranças de Ayala e Cambiasso, contribuindo para a vitória de sua seleção por 4x2, na disputa de pênaltis. Novamente uma seleção europeia eliminava a Argentina da Copa do Mundo!
Cambiasso faz um belo gol contra Sérvia e Montenegro. Depois da goleada por 6x0, a Argentina se tornou a favorita da Copa. Esse foi o erro!
Ayala comemora com seus companheiros o gol contra a Alemanha, pelas quartas da final da Copa de 2006. A Argentina mostrou raça em 2006, mas foi eliminada na disputa de pênaltis.
Di María vence o goleiro da Nigéria, na decisão dos Jogos Olímpicos de 2008. A Argentina, pela segunda vez, conquistou o ouro olímpico!

Em 2005, na Holanda, a Argentina se tornou penta campeã da Copa do Mundo Sub-20. Durante a campanha, os albicelestes venceram Alemanha, Espanha e Brasil (pela semifinal), antes de derrotar a Nigéria na decisão. Foi justamente durante essa competição que surgiu o mais cobiçado jogador da Argentina, no momento. Estou falando de Lionel Messi! O craque foi peça fundamental durante a campanha, com o time jogando em sua função. Messi, hoje em dia, é o melhor jogador do mundo, reconhecido pela FIFA no final de 2009. As brilhantes atuações pelo Barcelona ainda não foram repetidas pela seleção e a esperança de todos os admiradores da Argentina é que Messi estoure na Copa do Mundo de 2010, a exemplo de Maradona em 1986. O craque já disputou uma Copa do Mundo em 2006, com apenas 18 anos de idade. Em 2007, no Canadá, a Argentina conquistou seu sexto título da Copa do Mundo Sub-20. A decisão foi contra a República Tcheca, em Toronto, e a Argentina venceu por 2x1, com gols de Aguero e Zárate para os albicelestes. Além de Aguero, Di Maria e Maxi Moralez foram alguns dos destaques da Argentina na competição. Três anos antes, em 2004, a Argentina conseguiu o tão sonhado ouro olímpico. Comandada por Bielsa, a Argentina conquistou a competição, sem sofrer nenhum gol. Na primeira fase, goleada por 6x0 pra cima de Sérvia e Montenegro, além de duas vitórias contra Tunísia e Austrália, por 2x0 e 1x0, respectivamente. Pelas quartas de final, 4x0 pra cima da Costa Rica, com três gols de Tévez e outro de Delgado. Pelas semifinais, 3x0 sobre a Itália, com Tévez, Lucho Gonzales e Mariano Gonzales marcando os gols dos sul-americanos. A decisão contra o Paraguai ocorreu no dia 28.08 no Estádio Olímpico de Atenas, com vitória por 1x0 da Argentina, gol de Tévez. Depois de muitos anos, a Argentina conquistava sua primeira medalha de ouro. Parece que os albicelestes gostaram mesmo! Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim, a Argentina conquistou o ouro novamente. Na primeira fase, três vitórias em três jogos contra Costa do Marfim, Austrália e Sérvia. Pelas quartas de final, clássico contra a Holanda. Foi um jogo duro, como sempre acontece em confrontos contra a Laranja! Com gols de Messi para Argentina e Bakkal para a Holanda, as equipes empataram por 1x1 no tempo normal. Mas na prorrogação, Di María fez o gol da vitória dos albicelestes por 2x1. A semifinal teve um gosto especial, afinal era contra o Brasil, que almejava seu primeiro ouro olímpico. Mas ficou para a próxima, já que a Argentina não tomou conhecimento do adversário e fez 3x0, com dois gols de Aguero e outro de Riquelme. Na decisão, dia 23.08 no Estádio Nacional de Pequim, a Argentina devolveu a derrota na final olímpica de 1996, ao vencer a Nigéria por 1x0, gol marcado por Di María. Essa geração ainda pode estourar em grandes competições! Gonzalo Higuaín, por outro lado, não disputou nenhuma competição de base pela seleção, afinal o jogador demorou para se decidir se jogaria pela França ou Argentina. Higuaín é filho de pai argentino, mas nasceu na França! O jogador, no início de 2007, resolveu que vestiria a camisa albiceleste. Em 2009, foi convocado por Maradona para os dois últimos jogos das eliminatórias e tem sido titular na seleção.
A rivalidade entre Argentina e Brasil merece um capítulo a parte. As duas seleções, quando se enfrentam, fazem tremer o mundo da bola! Em relação a títulos, a Argentina tem vantagem na Copa América (14 contra 8) e nas Olímpiadas (2 medalhas de ouro contra nenhuma do Brasil). Por outro lado, o Brasil tem vantagem na competição máxima do futebol, a Copa do Mundo, com 5 conquistas contra 2 da Argentina, além da Copa das Confederações, com 3 títulos contra 1 dos albicelestes. Por 94 vezes essas duas seleções se enfrentaram, com 36 vitórias do Brasil e 34 vitórias dos argentinos. Equilíbrio total! Entre 1913 e 1976, as duas seleções disputaram uma competição entre si, chamada de Copa Roca. Foi por esse torneio amistoso que as duas equipes conseguiram suas maiores goleadas sobre o arqui-rival. Em 1945, o Brasil fez 6x2, no Rio de Janeiro. Cinco anos antes, a Argentina goleou o Brasil por 6x1, em Buenos Aires. No dia 20.09.1914, aconteceu o primeiro confronto entre essas grandes seleções, com vitória tranquila da Argentina, por 3x0, em Buenos Aires. Uma semana depois, pela primeira edição da Copa Roca, o Brasil venceu por 1x0 de forma bizonha. A Argentina, perdendo por 1x0, empatou com um gol irregular, após Leonardi dominar com a mão. O juíz Alberto Borgeth, que era brasileiro, validou o gol. Mas os próprios jogadores argentinos não aceitaram e pediram para o árbitro voltar atrás. Algo raro no futebol! Com isto, o Brasil se sagrou campeão da Copa Roca de 1914. De lá para cá, diversas polêmicas envolveram esse grande clássico do futebol mundial. O racismo foi marca registrada, durante um bom período de tempo. Jogos em clima de guerra, falhas de arbitragem, partidas decisivas em competições importantes e muita sede de vitória de ambas as partes. Brasil e Argentina é diferente, os jogadores se doam ao máximo e as torcidas entram no clima do jogo. Nos últimos tempos, a Argentina se lamenta de ter perdido três títulos para o rival. O primeiro foi em 2004, na decisão da Copa América. Foi de forma sofrida! Com gols de Killy Gonzales para a Argentina e Luisão para o Brasil, o jogo estava empatado por 1x1, quando aos 42 minutos do segundo tempo, Delgado colocou a Argentina em vantagem. Com o 2x1 no placar, bastava a Argentina administrar o jogo para conquistar o título da Copa América, após 11 anos de jejum. Mas aos 48 minutos do segundo tempo, Adriano conseguiu marcar o gol de empate para o Brasil. Final, Argentina 2x2 Brasil. Nos pênaltis, os brasileiros conseguiram a vitória por 4x2 e ficaram com o título da competição. Em 2005, pela Copa das Confederações, mais uma final. Dessa vez, a Argentina não teve nenhuma chance, perdendo por 4x1 para o Brasil. Na última edição da Copa América, em 2007, os argentinos eram favoritos para o confronto contra a seleção brasileira. Pela primeira fase, a Argentina goleou EUA e Colômbia, e venceu o Paraguai. Nas quartas de final, goleada de 4x0 pra cima do Peru. Pelas semifinais, 3x0 no México. Mas na decisão contra o Brasil, derrota por 3x0, com direito a “gol contra” de Ayala. Nos Jogos Olímpicos de 2008, a Argentina deu o troco ao golear o Brasil na semifinal. Em 2010, na Copa do Mundo, mais um capítulo desse clássico pode ser escrito.
No dia 19.11.2008, Maradona fez sua estreia como treinador da seleção argentina, com uma vitória contra a Escócia, em Glasgow. Vinte e nove anos antes, Dieguito marcou seu primeiro gol pela seleção principal da Argentina, em Glasgow, contra a Escócia. Uma boa coincidência! Em Março de 2009, após goleada por 4x0 sobre a Venezuela, a expectativa era de que Maradona seria um sucesso no comando da seleção. No entanto, o jogo seguinte foi um dos maiores desastres da história dos albicelestes, com derrota por 6x1 para a Bolívia, em La Paz. A partir daí, a Argentina começou a se complicar nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Em Setembro, a derrota por 3x1 para o Brasil em Rosário deixou os argentinos em situação complicada. A seleção brasileira, por outro lado, garantiu a vaga para a Copa nesse jogo. Na semana seguinte, mais uma derrota, dessa vez para o Paraguai, por 1x0. A pressão sobre Maradona era forte, mas Don Diego permaneceu firme no comando. Em Outubro, a Argentina precisava vencer seus dois últimos jogos, contra Peru e Uruguai. No estádio Monumental de Nunez, muito sofrimento contra os peruanos. Na cabeça dos argentinos, veio o jogo pelas eliminatórias da Copa de 1970, quando o Peru eliminou os albicelestes. Outro drama aconteceu na noite do dia 10.10.2009! Com Aimar, Di María, Messi e Higuaín, Maradona escalou uma Argentina ofensiva para o confronto. No primeiro tempo, apesar de várias oportunidades criadas, o placar ficou 0x0. Na segunda etapa, Maradona colocou Palermo, o mesmo que há 10 anos perdeu três pênaltis em um jogo da Copa América, no lugar do volante Pérez. O gol não demorou a sair! Após passe de Aimar, Higuaín chutou cruzado para abrir o placar, logo aos 2 minutos da segunda etapa. Maradona, então, decidiu recuar o time, tirando Higuaín para a entrada do zagueirão Demichelis. Uma forte chuva atrapalhava a partida! Aos 44 minutos do segundo tempo, o Peru empatou, gol de Rengifo. O placar de 1x1 era uma tragédia para a Argentina, já que a equipe seria obrigada a vencer o Uruguai, fora de casa. Mas Palermo, mesmo em impedimento, fez o gol da vitória da Argentina, aos 47 minutos do segundo tempo. Explosão no Monumental de Nunez! Mesmo sem apresentar um bom futebol, a Argentina estava muito perto da classificação para a Copa. No dia 14.10.2009, a equipe enfrentou a pressão da torcida uruguaia no estádio Centenário, em Montevidéu. Mesmo jogando pelo empate, os argentinos conseguiram a vitória por 1x0, gol de Bolatti, aos 40 minutos do segundo tempo. Muita festa e desabafo de Maradona contra a imprensa após o fim do jogo. Guerreiro, Maradona deverá ser o treinador da Argentina na Copa de 2010. Iniciei esse grande texto (quase um livro) falando de Dieguito, que carregou a Argentina nas costas na Copa de 1986. Don Diego, mesmo que não seja um grande estrategista, mesmo que não tenha moral como treinador, mesmo que veja seus próprios fãs se virando contra ele, está mais vivo do que nunca. Amigo, quantas seleções favoritas naufragaram na história das Copas? A Argentina em 1958 e 2002 era temida e foi um fiasco. Por isso encerro esse texto, te fazendo uma pergunta, que cabe somente a você responder. Quantas seleções desacreditadas, como a Argentina do técnico Maradona, chegaram a uma Copa ou mesmo a uma Eurocopa com pinta de decepção e acabaram como campeãs?

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